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USDA corta produção americana de soja e milho

Acompanhe a análise da FAEP sobre o relatório do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos divulgado nesta sexta-feira

Por: Tânia Moreira| Economista do Departamento Téc. e Econômico – FAEP

Na data de hoje (09) o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) divulgou seu relatório de oferta e demanda para o mês de outubro com estimativas para a safra 2015/16. Para a soja, a produção mundial foi elevada em relação às estimativas de setembro, passando de 319,6 para 320,4 milhões de toneladas.

O número refletiu o aumento na estimativa de produção do Brasil, passando de 97,0 para 100,0 milhões de toneladas. A safra americana sofreu corte na produção em relação a setembro, passando de 107,1 para 105,8 milhões de toneladas, com aumento na produtividade (53 sacas/hectare), porém com previsão de redução na área colhida, em função do excesso de chuvas no período de plantio da lavoura. Na estimativa média do mercado, era esperada uma produção de 106,0 milhões de toneladas.

Outro dado positivo, que sustentou as cotações no dia, foi a previsão de aumento na demanda nos Estados Unidos. Contudo, os estoques finais globais foram elevados, continuando como os maiores estoques finais nos últimos anos. A safra americana permanece como segundo recorde de produção, com elevadas estimativas também para o Brasil.

Houve aumento da previsão das exportações brasileiras, comparativamente a uma redução das estimativas das exportações americanas, o que é uma consequência do dólar forte, tirando a competividade do produto americano. As exportações totais americanas seguem em ritmo inferior ao registrado no ano passado. O USDA manteve as perspectivas de preço entre US$ 8,40 e US$ 9,90 por bushel, o que é abaixo do preço médio de US$ 12,13 por bushel das últimas cinco safras.

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Para o milho, o USDA elevou a produtividade passando de 175,2 para 175,7 sacas por hectare, com corte na área colhida e na produção, que passou dos 345,07 para 344,31 milhões de toneladas. A produção mundial sofreu cortes, bem como os estoques finais. As exportações brasileiras foram ampliadas em 1,0 milhão de toneladas, passando para 25,0 milhões de toneladas na safra 2015/16.

Os estoques finais americanos seguem ajustados ao consumo, mostrando a necessidade de que a safra americana continue sendo bem colhida e que não haja choques de ofertas até o primeiro semestre de 2016.

No entanto, imediatamente após a divulgação do relatório os preços dos futuros na CBOT passaram a cair, já que o mercado esperava um corte maior na produção americana, no intervalo entre 337,0 a 343,0 milhões de toneladas. O contrato de dezembro-15 era cotado a US$ 3,86 por bushel (↓-1,44%) e o de maio-2016 cotado a US$ 4,02 por bushel.

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Para o trigo, a produção global registrou novo aumento, passando para 732,39 milhões de toneladas, os dados brasileiros não foram modificados. A produção argentina, bem como as exportações sofreram cortes. As exportações americanas também foram cortadas, refletindo a baixa competitividade do produto americano.

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Ainda nesta semana o Fundo Monetário Internacional (FMI) destacou a previsão de redução de 17% nos preços dos alimentos em 2016, particularmente para trigo e soja, em função de crescimento da produção e estoques maior que o ritmo de crescimento da demanda.

André Amorim

Jornalista desde 2002 com passagem por blog, jornal impresso, revistas, e assessoria política e institucional. Desde 2013 acompanhando de perto o agronegócio paranaense, mais recentemente como host habitual do podcast Boletim no Rádio.

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