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USDA: Brasil pode se tornar líder mundial na produção de soja

Por Gilda M. Bozza, economista (DTE/FAEP)

O relatório de setembro de oferta e demanda mundial de grãos reavaliou a produção norte americana de soja na safra 2012/13 para 71,69 milhões de toneladas, cerca de 13% inferior à safra 2011/12 (83,17 milhões de toneladas).

Esse resultado é consequência da forte estiagem que atingiu os Estados Unidos nos últimos meses. A produtividade prevista é de 2.372 quilos por hectare, aquém dos 2.808 quilos por hectares da safra passada. Já os estoques norte-americanos permaneceram em 3,13 milhões de toneladas e as exportações reajustadas para 28,71 milhões de toneladas.

Após um período de volatilidade e especulação sobre o real potencial de produção e produtividade da safra norte-americana de soja 2011/12, haja vista as adversidades climáticas durante a evolução da cultura da soja, o relatório de setembro, bastante aguardado pelo mercado, deixou a desejar, não trazendo novidades para o mercado que já tinha precificado a quebra de safra.

A produção mundial passou de 60,46 para 258,13 milhões de toneladas, consumo mundial de 256,73 milhões de toneladas, exportações previstas em 93,74 milhões de toneladas e estoques mundiais de 53,10 milhões de toneladas.   Com isso, a relação estoque final/consumo passa para 20,7%.

O USDA prevê a produção brasileira em 81 milhões de toneladas, exportações em 37,60 milhões de toneladas e estoques finais de 16,15 milhões de toneladas. A alternância do posto de principal produtor mundial do grão com os Estados Unidos se confirma e também a de principal exportador mundial. Se a expectativa se confirmar, a produção brasileira da oleaginosa atingirá um recorde e o Brasil assume a liderança global no mercado de soja.

Para a Argentina as estimativas ficaram estáveis, com produção em 55 milhões de toneladas, exportações em 13,5 milhões de toneladas e os estoques reajustados para 20,12 milhões de toneladas.

Quanto à China, principal mercado consumidor de soja, as importações foram estimadas em 59,5 milhões de toneladas para uma produção de apenas 14,91 milhões de toneladas.

MILHO: PRODUÇÃO MUNDIAL PREVISTA EM 841,06 MILHÕES DE TONELADAS

O relatório de setembro retificou a produção mundial do grão de 849,01 para 841,06 milhões de toneladas, um corte de 7,95 milhões ante o relatório de agosto. O corte efetuado é por conta das adversidades climáticas no Meio-Oeste norte americano com uma forte estiagem, a maior dos últimos 50 anos. O consumo mundial passou de 861,64 para 856,7 milhões de toneladas, exportações de 92,78 milhões de toneladas e estoques finais aumentados para 123,95 milhões de toneladas. Com isso, a relação estoque final/consumo é de 14,5%.

Quanto aos Estados Unidos, o USDA reduziu a produção de 273,79 para 272,49 milhões de toneladas, menos 35,62 milhões de toneladas em relação à safra 2011/12 (876.68 milhões de toneladas).

A produtividade caiu de 9.285 kg por hectare para 7.699 kg por hectare.  O consumo americano passou de 252,11 para 254,01 milhões de toneladas, as exportações reajustadas para 31,75 milhões de toneladas e estoques finais aumentados de 16,50 para 18,63 milhões de toneladas, apontando uma relação estoque final/consumo de 7,33%.

Para o Brasil a produção foi mantida em 70 milhões de toneladas e as exportações retificadas para 15,00 milhões de toneladas.  O consumo brasileiro previsto em 56,00 milhões de toneladas e estoques finais de 15,11 milhões de toneladas. Com a produção prevista o Brasil passa a ocupar a posição de 3º produtor mundial de milho.

A safra argentina permaneceu em 28 milhões de toneladas, as exportações mantidas em 18,50 milhões de toneladas e estoques finais de 2,15 milhões de toneladas.

O USDA reajustou a produção da União Europeia para 57,14 milhões de toneladas e reduziu o consumo de 65,5 para 61,5 milhões de toneladas.

 

TRIGO: SAFRA 2012/13 ESTIMADA EM 658,73 MILHÕES DE TONELADAS

A produção mundial de trigo está prevista em 658,73 milhões de toneladas, uma redução de 4 milhões de toneladas relativamente ao relatório de agosto (662,83 milhões de toneladas).  Já o consumo passou para 680,66 milhões de toneladas e exportações de 134,83 milhões de toneladas.  O estoque mundial final foi reduzido para 176,71 milhões de toneladas.

Para os Estados Unidos, a produção permaneceu em 61,73 milhões de toneladas, o consumo estável em 33,83 milhões de toneladas, as exportações mantidas em  32,66 milhões de toneladas e estoques finais de 19,00 milhões de toneladas..

Para a União Europeia, maior produtor mundial de trigo, a produção foi retificada para 132,37 milhões de toneladas e consumo mantido em 124,5 milhões de toneladas. Para a China e a Ucrânia foram mantidas as produções de 118 milhões  e 15,50 milhões de toneladas, respectivamente.

O USDA reavaliou a produção da Rússia de 43 para 39 milhões de toneladas, reduziu o consumo domestico para 35,50 milhões de toneladas. As exportações foram mantidas em 8 milhões de toneladas e os estoques finais reduzidos de 8,47 para 6,44 milhões de toneladas.

Em relação ao Brasil, o relatório traz uma produção de 5 milhões de toneladas, um consumo interno de 11 milhões de toneladas e necessidade de importar 7,00 milhões de toneladas. O estoque final está previsto em 1,26 milhão de toneladas.

Quanto à safra argentina não houve alteração ante o relatório de agosto: produção de 11,5 milhões de toneladas, consumo de 6 milhões de toneladas, exportações de 5,5 milhões de toneladas e estoques finais de 570 mil de toneladas.

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