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Trigo: FAEP repudia política do Governo Federal

A Federação da Agricultura do Estado do Paraná repudiou a política inoportuna para o trigo adotada pelo governo federal, através de ofício enviado a ministros e às bancadas do Paraná no Senado e Câmara Federal.  A FAEP considerou que numa decisão surpreendente e que desvaloriza a produção nacional foi editada a resolução n° 90 da Câmara de Comércio Exterior (CAMEX), órgão colegiado que reúne sete ministros, abrindo novamente as porteiras do país para importação de trigo norte-americano sem imposto.

“A medida foi tomada no momento em que o Paraná e o Rio Grande do Sul, responsáveis por 4,3 milhões de toneladas, ou seja, 90% da produção nacional, estão no auge da colheita e comercialização do trigo”,  relata o presidente da FAEP, Ágide Meneguette.

Através dessa resolução o governo federal concedeu uma cota adicional de 600 mil toneladas de importação, que somadas às outras decisões da CAMEX em 2013,  totalizam 3,3 milhões para compra externa de trigo em grão, até 30 de novembro deste ano, sem a cobrança da alíquota de 10% do imposto de importação.

“A entrada desse trigo norte-americano sem imposto, somada a importação de trigo de outros países, concorrerá com o nacional, significando depreciação de preços ao produtor brasileiro, o qual já acumula prejuízos das geadas e necessitava de preços mais remuneradores para fechar as contas”, segundo Ágide.

No texto do documento encaminhado à Brasília, é acentuada a notícia veiculada pela Camex informando da decisão, a qual termina com a seguinte comunicação:

– “O Conselho de Ministros da Câmara de Comércio Exterior continua a acompanhar a evolução do mercado de trigo e a monitorar seus efeitos na economia, com a preocupação de resguardar também os interesses dos agricultores brasileiros.”

“Se houvesse preocupação com o produtor nacional, teriam barrado a importação de trigo norte-americano sem imposto nesse período de comercialização do trigo nacional”, regbistra o presidente da entidade dos produtores paranaenses.

Visão míope

O documento ressalta que o governo federal executa uma política para corrigir a falta de planejamento do país para com a agricultura brasileira. “Essa visão míope de curto prazo coloca em risco a segurança nacional alimentar ao priorizar importações em vez de ações estratégicas de longo prazo de apoio à produção nacional. Anualmente as entidades representativas dos produtores entregam ao governo federal as propostas para a política da triticultura nacional, mas poucas ações são desenvolvidas”, acrescentou Ágide.

“Ao priorizar as relações do Mercosul, ficamos à mercê da importação de trigo argentino em detrimento do produto nacional. Acontece que a Argentina tem adotado política de contenção da inflação e barrado com maior frequência as exportações de trigo, depreciando o preço do cereal e também desestimulando a produção de trigo naquele país”, complementou.

O texto chama a atenção ao exemplificar que no momento em que o governo necessita do produtor para ampliar a produção de trigo, “a resposta é na mesma safra, mas sempre acompanhado da decepção de promessas não cumpridas em Plano Agrícolas mirabolantes”.

Os produtores paranaenses aumentaram área na safra 2013/14 em 26% porque vislumbravam preços maiores que os custos de produção, o que agora é ameaçado pelo aumento das importações.

Diante desse panorama, a FAEP pediu apoio para a revogação imediata da Resolução nº 90, entendendo que irá desestimular o mercado a adquirir a produção nacional e terá efeitos prejudiciais nos preços e liquidez do trigo nacional.

Ofício encaminhado à:

– Chefe da Casa Civil; do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior; das Relações Exteriores; da Fazenda; da Agricultura, Pecuária e Abastecimento; do Planejamento, Orçamento e Gestão; e do Desenvolvimento Agrário.

– Às bancadas na Câmara Federal e no Senado Federal

 

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