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Toledo contará com Comissão Interna de Manejo e Conservação de Solos

O Conselho de Desenvolvimento Rural de Toledo elaborou recentemente uma resolução que cria a Comissão Interna de Manejo e Conservação de Solos na cidade. Depois de apresentar ao executivo municipal a proposta, o documento foi homologado na manhã de ontem (22) pelo prefeito José Carlos Schiavinato em reunião realizada na Prefeitura. Representantes da Secretaria do Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab), Instituto Emater, Associação dos Engenheiros Agrônomos (AEA) de Toledo, Conselho de Desenvolvimento Rural, Sindicato Rural Patronal e Sindicato dos Trabalhadores Rurais estiveram presentes no encontro.

A Comissão será integrada junto ao Conselho e terá a finalidade de atuar na resolução de problemas e orientar os produtores rurais, visando à melhoria da conservação dos solos e dos recursos naturais do município relacionados à agricultura e agropecuária. "A finalidade da resolução é criar uma legitimidade legal para essa Comissão Interna, para que ela tenha a possibilidade de atuar dentro desse seguimento, prestando orientações aos agricultores sobre manejo e conservação dos solos, atuar em conflitos que existirem entre agricultores que têm propriedades vizinhas, evitando que esses conflitos cheguem até a Justiça", explicou o presidente do Conselho de Desenvolvimento Rural de Toledo, Gilmar Paludo.

Paludo frisou, ainda, que o município sempre foi destaque na conservação dos solos e continua sendo referência. "Esse formato de Comissão Interna está sendo estudada por vários municípios. Já existiam comissões semelhantes há 20 anos, mas quando houve a evolução do setor agrícola com a conservação dos solos as equipes foram se dissipando até chegar ao ponto de não mais existir. Nosso papel é rever essas metodologias sempre com o objetivo de fomentar as melhores técnicas de cultivo e preservação dos recursos naturais, mas nunca de impor métodos de trabalho que não se aplicam na prática. A finalidade é sempre o diálogo para o entendimento. Agradecemos ao executivo que está homologando na íntegra o que o Conselho decidiu", completou.

Para o presidente da AEA, Ricardo Palma, a Comissão terá como intuito ajudar no desenvolvimento do município. "Fazer com que o projeto tenha resultados de fato", disse, revelando que será formada uma equipe para comandar os trabalhos da Comissão. No ano passado, durante uma reunião a nível regional, foram eleitas 13 propostas e uma delas estava relacionada à criação da Comissão de Manejo e Conservação de Solos.

Exemplo
 Segundo o engenheiro agrônomo do Instituto Emater, Adalberto Telesca Barbosa, a conservação dos solos em Toledo já foi um exemplo para o mundo na década de 80. Nos anos 90 houve uma estabilização e entrada do plantio direto, que veio ‘coroar’ um trabalho feito no passado: o sistema de manejo que evita a erosão do solo. "Com a introdução de algumas práticas de manejo alguns preceitos foram esquecidos, como a rotação de culturas e palhada na superfície do solo. Em função dessa não observância, na última safra, tivemos um processo de erosão em várias lavouras e isso fez com que as entidades organizadas do município, com o aval da AEA, se discutisse a retomada da Comissão de Solos para que tenhamos uma agricultura sustentável sem erosão", avaliou.

O plantio direto bem feito, conforme Barbosa, é o que se busca para conservação dos solos. "O Iapar lançou um espaçamento de terraço, mas hoje cada caso precisa ser analisado. Se o produtor tem um manejo correto, rotação de culturas e palhada o terraço será diferente para ele de um produtor que não tem o mesmo manejo", completou.

Produtor
Para o produtor Aloir Dalposso a Comissão Interna será de fundamental importância para atender os interesses dos produtores rurais. "Nós produtores sempre pregamos para que seja feito o tratamento observando os sistemas de produção, pois cada propriedade tem as suas particularidades, porque instituir distância de terraço, curvas de nível precisa de critérios técnicos. Não é somente um item que envolve a conservação do solo, mas várias tecnologias, um conjunto de fatores", enfatizou.

Dalposso frisou, ainda, que o solo é maior patrimônio do agricultor. "É dele que vem o nosso sustento. Nós temos uma preocupação muito grande com o solo e sempre vamos acatar as sugestões das instituições competentes, mas também não vamos aceitar regras impostas", concluiu.

Por Camile Frizon
Fonte: Jornal do Oeste – Toledo/PR

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