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Tecnologia é o maior gargalo para produtores rurais do País

De acordo com o pesquisador da Embrapa o desafio é a adoção de tecnologias em todas as propriedades e não somente em 12%

036O uso de tecnologia na agricultura brasileira ainda está longe de ser a realidade comum entre os produtores rurais. Segundo a Embrapa, de 4,4 milhões de propriedades brasileiras, somente 500 mil usam técnicas mais avançadas para aumento de produtividade. Eliseu Alves, fundador da Embrapa, abordou sobre a evolução das propriedades rurais e seus principais desafios para os próximos anos, junto ao ex-ministro da Agricultura, Alysson Paolinelli, durante o 14º Encontro Nacional de Plantio Direto na Palha, no Centro de Convenções de Bonito-MS. O evento segue até quinta-feira (14).

“A tecnologia poupa terra, trabalho e evita o desperdício. Frente a uma demanda crescente de alimentos, o desafio é a adoção de tecnologias em todas as propriedades e não somente em 12%”, alertou Eliseu. Para o ex-ministro Paolinelli, falta gerenciamento correto do produtor e políticas públicas. “Crescemos 3 milhões de hectares ao ano e não sabemos gerenciar. Estamos chegando ao limiar de uma exaustão de recursos de meio ambiente e financeiros”, afirma Paolinelli.

A saída, segundo ele, é a inovação. “O governo não pode mais focar em linhas de crédito diferenciadas para maquinários. A inovação, a ciência e a tecnologia de fácil acesso ao produtor são as únicas saídas”, complementa. Paolinelli chegou a criticar a postura passiva dos produtores. “Nossa agricultura gera 100 bilhões de dólares em exportação ao ano e isso deve ter um peso político. Não podemos mais ser ‘vaquinhas de presépio’ e precisamos cobrar políticas mais efetivas”, pontuou.

O uso do Sistema de Plantio Direto na Argentina também foi trazido durante o Encontro, nesta quarta-feira (13). A presidente da Associação Argentina de Produtores de Plantio Direto, Maria Beatriz Giraudo, conhecida como Pilu, falou sobre os resultados da utilização da técnica no País vizinho. “Temos 96% de redução de erosão do solo, 70% de redução da evaporação da água, 60% de redução de uso de combustíveis”, afirma. A técnica, segundo a presidente da Associação, ainda colabora para garantir o sequestro de carbono no solo, além de melhorara fertilidade química e biológica, diminuindo o custo operacional.

Na sequência, o pesquisador José Eloir Denardim, da Embrapa Trigo apresentou sobre práticas conservacionistas complementares no sistema de plantio direto. Denardim fez um resgate histórico, apontando que mesmo incas e maias já utilizaram a agricultura conservacionista, “que hoje pode ser traduzida para o conceito de sustentabilidade. A agricultura de conservação é utilização dos recursos com preservação, manutenção e recuperação dos mesmos”, explica. O pesquisador também ressalta que a tecnologia precisa ser ampliada. “E não basta apenas a escolha da melhor tecnologia. O produtor precisa saber de seu manejo, de como manuseá-la em favor de sua propriedade”, finaliza.

Sobre o encontro – O 14º Encontro Nacional do Plantio Direto na Palha ocorre a cada dois anos, sempre em uma região produtora em destaque no Brasil. A programação contará com painéis cujos temas são voltados à técnica do plantio e seus benefícios, bem como palestras e debates sobre fitossanidade, manejo adequado do solo, entre outros assuntos. O plantio direto na cana-de-açúcar também será discutido, tendo em vista a crescente produção sucroenergética no Estado.

O evento, que será realizado nos dias 12, 13 e 14 de agosto, no Centro de Convenções de Bonito (MS), é promovido pela Federação Brasileira de Plantio Direto e Irrigação (Febrapdp), em parceria com a Fundação MS, Sistema Famasul e Embrapa Agropecuária Oeste, e conta com apoio do Sistema OCB-MS, Aprosoja MS, UFGD (Universidade Federal da Grande Dourados), Unigran, Grupo Plantio na Palha (GPP) e outras instituições. As inscrições estão abertas e podem ser realizadas no site da Febrapdp o www.febrapdp.org.br.
Fonte: Rural Centro – 14/08/2014

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