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Soja avança sobre o milho no verão

Baixa cotação faz produtor rejeitar o cereal e abre caminho para nova retomada da oleaginosa em terras paranaenses

A cotação do milho, abaixo do preço mínimo para a região Sul (R$ 19,21) em muitas partes do Estado, irá interromper o avanço do cereal no verão. Na safra 2016/17, a área de milho havia registrado aumento de 22%, atingindo 503 mil hectares, contra os 414 mil hectares da temporada 2015/16, segundo dados da Secretaria Estadual da Agricultura e do Abastecimento (Seab). Anteriormente, o grão perdeu área em quatro safras consecutivas. No verão 2011/12, o cereal chegou a ocupar 975 mil hectares no Paraná. Com a rejeição do milho verão pelos produtores, a soja volta a ganhar espaço em terras paranaenses. Na safra recém-encerrada, a oleaginosa praticamente registrou a manutenção da área (perda de apenas 26 mil hectares, menos de 1%). Considerando as últimas seis temporadas, a soja, principalmente em função das boas cotações, avançou quase 900 mil hectares no Estado, atingindo mais de 5,2 milhões de hectares.

“Nossa primeira projeção acontece em setembro. Mas a expectativa é o aumento da área de soja, que deve pegar uns 10%, 15% do milho. Isso por conta dos preços atuais do cereal. A soja não tem problema de rentabilidade”, projeta Francisco Simioni, diretor do Departamento de Economia Rural (Deral) da Seab. A projeção está muito próxima da realizada pelo analista Eugênio Stefanelo, da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), que acredita na redução de 8% na área do milho verão. “Em conversa com produtores e lideranças dos sindicatos e das cooperativas, o milho irá reduzir, com a soja recebendo essa área, mesmo com expectativa de produtividade menor em função do clima.

O produtor vai fugir do cereal, pois está vendendo abaixo do preço mínimo e do custo de produção”, aponta. O analista da consultoria Safras & Mercado Paulo Molinari vai além. Para o especialista, a oleaginosa irá avançar sobre 35% da área de milho verão registrada na última temporada, 799 mil hectares, segundo cálculos da empresa. “O milho irá perder tudo que ganhou para soja. O pessoal que aumentou [área] irá voltar para a oleaginosa. Só o produtor tradicional irá plantar o cereal”, ressalta.

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Carlos Filho

Jornalista do Sistema FAEP/SENAR-PR. Desde 2010 trabalha na cobertura do setor agropecuário (do Paraná, Brasil e mundial). Atualmente integra a equipe de Comunicação do Sistema FAEP/SENAR-PR na produção da revista Boletim Informativo, programas de rádio, vídeos, atualização das redes sociais e demais demandas do setor.

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