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A sofisticação que vem do campo

A chef famosa mantém contato direto com produtores rurais

Manu 2

Os moradores da Ilha Rasa, uma das 20 ilhas da baía de Paranaguá, já não estranham o desembarque da mulher esguia do barco de motor de popa ou voadora. Afinal, pelo menos uma vez por semana, ela deixa Curitiba, desce a Serra do Mar e vai ao encontro de Nininho, um ilhéu da Rasa e seu fiel fornecedor de exóticos produtos, entre eles araçá, ariticum ou raiz de samambaia. Manoela Buffara é o nome dela, mas é conhecida e famosa pelo diminutivo Manu nome também de seu restaurante de alta gastronomia no bairro Batel, o mais valorizado de Curitiba, com fama nacional e internacional.

O trabalho de Manu não se resume apenas ao fato de ser reconhecida em sua área, mas pela sua preocupação em utilizar na cozinha apenas produtos de qualidade e manter um contato direto com os produtores rurais. Há um ano iniciou uma expedição pelo Paraná para conhecer os produtos regionais e estabelecer um contato direto com quem está produzindo. Numa manhã chuvosa, Manu, veste a bota sete léguas e percorre 15 quilômetros até a Chácara Silva, na região Metropolitana da capital, onde com dona Soeli Daguia Lanhoso, uma senhora simpática que cuida do lugar, começam a colher quiabo, brócolis,  vagem, rabanete, mostarda e agrião direto na horta. Entre uma conversa e outra com Soeli, Manu vai apanhando ponteiras de abóboras para a salada “Manu”, e milho preto, ingrediente que usa para fazer suco. Há um ano e meio, todas as quartas-feiras e sábados, ela vai à chácara buscar as hortaliças que vão compor o cardápio do seu restaurante.“Quando estou aqui é como se eu esquecesse o mundo”, revela.

Ao longo das idas ao local, Manu conta que foi conversando  com Soeli e outro senhor que cuida da propriedade, “seu Zé”, como  ela o chama, para convencê-los a cultivar verduras no jeito dela. “Eu  gosto tudo muito pequeninho e no início, o seu Zé até comentava: ‘Como assim um alho-poró pequeninho? Leva o maior que está mais bonito’. Mas depois eles foram se acostumando com os meus pedidos porque estabelecemos uma relação de troca, que beneficia os dois  lados. Eu não levo somente os produtos que sirvo no meu cardápio, dessa forma eu os ajudo e vice-versa”, explica.

Expedição
A necessidade de um contato direto com o produtor e a busca por produtos com características regionais resultaram no planejamento de uma expedição pelo Paraná. Sempre acompanhada por alguém do time de funcionários, Manu iniciou a saga na baía de Paranaguá. “Queria fazer uma comida autoral, com lembranças da minha infância e contando minha história. Parte da minha família é de Paranaguá”. Nessas idas e vindas, conheceu a família de Nininho, caiçara que produz de tudo um pouco, desde caju a ostras. Com ele, além de ser um dos seus principais fornecedores, Manu conheceu e levou novos ingredientes para a sua cozinha, como a raiz de samambaia. Ela explica que, como os moradores da ilha precisam atravessar o mar por longas horas, se torna difícil o acesso ao continente. “Os caiçaras têm dificuldade em ter acesso à farinha, feijão e arroz, por exemplo. Dessa forma, procuram outros meios para se alimentar. É o caso da raiz de samambaia que comem no café da manhã, substituindo o pão”, explica.

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