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Situação das safras no Paraná

Veja a Nota Técnica do DTE da FAEP sobre a condição das lavouras e a estimativa de preços para Soja, Milho e Feijão

Nota Técnica – Departamento Técnico Econômico da FAEP

Data: 26 de Janeiro 2018
Assunto: Situação da Safra 2017/18 | Soja – Milho – Feijão

A SEAB divulgou na última quinta-feira (25/01) as estimativas mensais atualizadas para a safra de verão 2017/18.

1. CONDIÇÃO DAS LAVOURAS

1.1 SOJA

A safra paranaense de soja registrou pequeno decréscimo de qualidade nesta semana. A chuva reduziu a produtividade e a qualidade em áreas isoladas, pois impediu/atrasou a aplicação de defensivos para controle de doenças, principalmente a ferrugem e de percevejo.

A pior situação ocorre no oeste do estado, na região de Toledo, onde se concentram os casos de ferrugem e também ataque mais severo de percevejo, cuja incidência vem aumentando a cada safra. A produtividade que estava estimada em 3.550 kg/ha foi revista este mês para 3.450 kg/ha, uma redução de 11% em relação à safra 2016/17. Outras áreas específicas registraram queda de vagens e enchimento de grãos deficiente decorrentes de uma combinação de fatores, tais como excesso de chuva/umidade, falta de luminosidade e manejo deficiente, conforme ressaltou a Embrapa Soja em nota técnica.

A colheita de soja começou na região de Pato Branco, em apenas 100 hectares registrando rendimento abaixo do esperado (2.500 kg/ha) por tratar-se das primeiras áreas semeadas em setembro, quando a falta de chuva prejudicou o desenvolvimento inicial das plantas. Em todas as regiões a colheita será tardia em relação ao ano passado principalmente porque o ciclo da planta foi prolongado pelo clima.A Seab revisou os números da safra em relação à estimativa de dezembro, aumentando a área plantada para 5,466 milhões de hectares, diminuindo o rendimento para 3.523 kg/ha e consequentemente reduzindo a produção para 19,257 milhões de toneladas.

Condição das lavouras: 85% boa, 14% condições medianas e 1% em condições ruins. Fases de desenvolvimento: 64% frutificação, 24% floração, 6% desenvolvimento vegetativo e 6% em maturação fisiológica.

Sanidade: a impossibilidade de realizar o manejo fitossanitário das lavouras refletiu no aumento expressivo dos casos de ferrugem nessas últimas duas semanas, que já superam os da safra 2016/17. Até 25 de janeiro foram 210 ocorrências de ferrugem asiática no Brasil contra 198 na safra anterior. No Paraná já são 101 focos, um aumento de 30% em comparação com a safra 2016/17 quando 78 ocorrências haviam sido registradas até 25 de janeiro.

Figura 1 – Mapa da dispersão da ferrugem asiática da soja no Paraná.

 

1.2  MILHO 1ª safra

A Seab reavaliou as estimativas para a 1ª safra de milho que estão inferiores às do mês de dezembro. A área plantada foi reduzida para 333.153 ha, a produtividade para 8.976 kg/ha e a produção para 2,98 toneladas.

Na maioria das regiões o desenvolvimento da safra é bom e favorecido pelas chuvas regulares ao longo do ciclo. A redução drástica de área é uma tendência que vem ocorrendo safra após safra em função do melhor resultado financeiro na comercialização da soja e da migração da produção para a 2ª safra. Ainda há um estoque de 4,17 milhões de toneladas ainda por comercializar da safra 2016/17, maior parte colhida no segundo semestre.

Condição das lavouras: 85% boa, 14% condições medianas e 1% em condições ruins.

Fases de desenvolvimento: 69% frutificação, 20% floração, 8% maturação fisiológica e 3% em desenvolvimento vegetativo.

 

1.3   MILHO 2ª safra

O plantio do milho 2ª safra chegou a 1%, contra 3% registrado no mesmo período do ano passado. Assim como ocorreu para as demais culturas, a Seab reduziu as estimativas de produção. Em dezembro, era projetada uma safra de 12,291 milhões de toneladas e agora 12,278 milhões de toneladas. A área estimada é de 2,15 milhões de hectares com uma produtividade de 5.712 kg/ha.

Condição das lavouras: 93% boa e 7% condições medianas.

Fases de desenvolvimento: 49% germinação e 51% em desenvolvimento vegetativo.

Devido ao desenvolvimento lento da soja que prolongou o ciclo da cultura, os produtores relataram preocupação com o plantio da 2ª safra de milho, que pode ter área ainda menor que a prevista devido à diminuição da janela de plantio. Por esse motivo, a FAEP está estudando junto à Seab a necessidade de solicitar ao Ministério da Agricultura a prorrogação do período de semeadura definido pelo Zoneamento Agrícola de Risco Climático. No dia 29/01 será feita minuta de ofício deste tema.

 

1.4   FEIJÃO 1ª Safra

A colheita da 1ª safra de feijão avançou para 61% da área esta semana e permanece bastante atrasada em relação a 2017. As chuvas tem retardado a colheita, reduzido a produtividade e perda de qualidade em todas as regiões produtoras.Estima-se uma redução de 14% na produção (317.660 toneladas) e uma produtividade 13% inferior à da safra passada, com 1.651 kg/ha. Em áreas mais prejudicadas pelos excesso de chuva nas regiões sudoeste e sul do estado o rendimento de algumas lavouras não chega a 1.000 kg/ha, mas o terço final da colheita deve apresentar melhores condições. A comercialização segue mais lenta que no ano anterior, com 21% da produção vendida contra 37% registrado em janeiro de 2017.

Condição das lavouras: 31% boa, 50% condições medianas e 19% condições ruins (do que ainda resta colher).

Fases de desenvolvimento: 58% maturação, 33% frutificação e 9% em floração.

1.5   FEIJÃO 2ª Safra

O plantio da 2ª safra avançou de 5% para 12% na semana. A área plantada está estimada em 201.923 hectares (-20% em relação a safra 2016/17), a produtividade em 1.916 kg/ha (+34%) e a produção em 386.914 toneladas (+12%). A expectativa era de uma safra ainda maior em meados de dezembro, porém, diante da precipitação acumulada de 300 a 400 mm nos últimos 30 dias espera-se que o produtor dedique uma área menor para o plantio da segunda safra.

Condição das lavouras: dos pouco mais de 26.971 hectares plantados até agora, 63% estão em boas condições e 37% condições medianas.

Fases de desenvolvimento: 72% germinação, 25% desenvolvimento vegetativo e 3% em floração.

 

2. ESTIMATIVAS E PREÇOS

Tabela 1 – Estimativa de área, produção e rendimento da safra 2017/18 no Paraná (janeiro/2018).


Fonte: Seab. Elaboração: DTE|FAEP.

 

Tabela 2 – Comercialização no Paraná (até janeiro/2018).


Fonte: Seab. Elaboração: DTE|FAEP.

 

Tabela 3 – Preços médios recebidos pelos produtores paranaenses.

Fonte: Seab. Elaboração: DTE|FAEP.

Fontes consultadas: Seab, Comissão Técnica de Cereais Fibras e Oleaginosas: Nelson Paludo – Toledo | Marco Geraix – Cornélio Procópio | José Borghi – Maringá | Luiz Capraro Neto – Palmeira | Gustavo Ribas Netto – Ponta Grossa.

Imprensa

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