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Sem subvenção, seguradoras não oferecem seguro rural no PR, alerta Faep

Atraso nos pagamentos de 2014 por parte do governo federal é motivo de preocupação e inibe contratação de apólices para safra de inverno

Produtores do estado do Paraná não estão conseguindo contratar as apólices de seguro rural para as culturas como o milho safrinha, que começou a ser plantado, e o trigo cujo plantio começa em março. O alerta é da Federação de Agricultura do Estado (Faep). De acordo com a entidade, com o atraso nos pagamentos das subvenções do ano passado, por parte do governo federal, as seguradoras as seguradoras não fecham novos contratos.

O chefe do Departamento Econômico da Faep, Pedro Loyola, diz que a situação é complicada. “Está tudo parado, não tem oferta de seguro. Os corretores dizem que não podem operar e não há uma perspectiva sobre a liberação do ano passado nem dos recursos para este ano”. As contratações de seguro para a safra de inverno, segundo ele, são feitas entre janeiro e maio. Com o calendário da safra em andamento, os agricultores paranaenses contrataram crédito e muitos já retiraram os recursos nos bancos, mas ainda estão com a lavoura desprotegida.

Pelo programa de subvenção, o governo se propõe a pagar parte do prêmio, o custo do seguro, e o produtor arca com a outra parte. Sem o apoio oficial, o custo todo fica com o agricultor, que é considerado inviável. Do orçamento reservado para o programa no ano passado (R$ 700 milhões), R$ 400 milhões foram pagos. Sobre os outros R$ 300 milhões pendentes, o Ministério da Agricultura chegou a informar que as conversas “estão evoluindo bem” e que a expectativa é de que o dinheiro atrasado saia “em breve”. “Mas entre dizer e sair o recurso, há uma distância”, rebate Pedro Loyola.

Para o chefe do Departamento Econômico da Federação de Agricultura do Paraná, o governo precisa encontrar uma solução para a questão orçamentária ao Programa de Seguro Rural. Na avaliação dele, a procura pelo seguro deve ser semelhante à do ano passado, quando o governo anunciou subvenções no valor de R$ 700 milhões. “O cobertor está curto para atender tanto o ano passado quando este ano. E com esse problema de estiagem que vem ocorrendo, vai ter caso de pagamento de sinistro sem o recebimento da subvenção.”

Loyola acrescenta que, além da própria questão financeira, a situação coloca em risco a própria credibilidade do sistema de seguro rural no Brasil, seja por parte do produtor rural, seja por parte das próprias companhias de seguro. “Quando um produtor consegue em um ano, mas não consegue no outro, trazê-lo de volta e convencê-lo da importância do seguro é mais complicado.”

Fonte: Globo Rural

André Amorim

Jornalista desde 2002 com passagem por blog, jornal impresso, revistas, e assessoria política e institucional. Desde 2013 acompanhando de perto o agronegócio paranaense, mais recentemente como host habitual do podcast Boletim no Rádio.

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