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Safra de cana 2012/2013 terá crescimento tímido de 3,1%

A safra de cana-de-açúcar que começa neste mês de abril na região Centro-Sul do país deve ser de 509 milhões de toneladas (3,1% a mais que a safra anterior), segundo as projeções iniciais da União das Indústrias de Cana-de-Açúcar (Unica), divulgadas nesta quinta-feira (12/4) em São Paulo (SP). Os problemas de abastecimento de etanol devem ser minimizados pela maior oferta, mas o preço do biocombustível continuará em alta, devido ao alto custo de produção agrícola.

A entidade acredita que a produção de açúcar, estimada em 33,1 milhões de toneladas (alta de 5,72% em relação a 2011/2012) continuará sustentando a produção de etanol – anidro e hidratado – devido aos bons preços pagos pelo mercado internacional. O etanol anidro, que é adicionado à gasolina, deve alcançar 6,9 milhões de litros(queda de 6,19%), e o etanol hidratado, aquele que vai direto para o tanque dos carros, 14,5 milhões de litros (alta de 11,14%).

"O mercado de açúcar vai continuar, nesta safra, sustentando os preços da produção de etanol, mas ainda assim, devido ao incremento de 40% de renovações e reformas de canaviais, a produção de álcool será mais elevada e os problemas serão menores do que aqueles sentidos em 2011", disse o diretor da Unica, Antonio de Pádua Rodrigues.

Pádua também acredita que as condições climáticas previstas para 2012 beneficiem o crescimento do setor e não irão castigar os canaviais, como ocorreu nos últimos dois anos. "O mês de janeiro foi chuvoso, enquanto fevereiro e março, atípicos. Até agora, abril tem se mostrado equilibrado, mas acreditamos que não teremos um inverno tão rigoroso com os registrados nos anos de 2010 e 2011, o que também reduzirá o índice de florescimento da cana no campo", explicou. Segundo a Unica, o segundo semestre de 2012 deve ser influenciado pelo fenômeno El Niño. "O clima melhor também reduz a incidência de doenças e pragas nas lavouras".

Com a maior oferta de etanol hidratado, Marcos Jank, presidente executivo da Única, diz
que em 2012, a importação do produto será de, no máximo, 500 milhões de litros. "No ano
passado, o Brasil importou 1,5 bilhão de litros de etanol e exportou 2 bilhões. Neste ano,
acreditamos que teremos um saldo maior, com 2 bilhões de exportações e 500 milhões de
importações", conclui.

Competitividade

O executivo também acredita que as tratativas do setor com o governo federal, em busca da elaboração de uma política pública para o biocombustível, esteja perto de um ‘final feliz’. "As conversas com o governo estão caminhando bem neste ano. Buscamos uma política pública que gere equilíbrio e dê competitividade ao etanol perante a gasolina e acredito que o governo esteja enxergando isso", disse.

Apesar disso, Jank diz que os efeitos reais desta boa relação não serão sentidos pelos consumidores em um curto prazo. Ele comenta que o governo tem se empenhado em investir em programas de incentivo e crédito para renovação e implantação de novos de canaviais e compra de máquinas, mas a burocracia para o acesso destas linhas é grande e, até que o produtor consiga o dinheiro para investir, os resultados só chegarão em 2013/2014 ou depois disso.

A maior luta do setor é em relação à tributação sobre o etanol. "Precisamos ganhar competitividade em relação à gasolina, ou sempre vai ser difícil para quem produz e difícil para o consumidor". Para isto, os representantes pedem a isenção do PIS/Cofins e revisões de ICMS. Hoje, a carga tributaria total sobre o etanol é de 31%, enquanto a da gasolina é de 35%. "O etanol paga mais por quilômetro rodado".

Fonte: Globo Rural – por Viviane Taguchi

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