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RS tem safra recorde de trigo e iguala volume colhido no PR

A colheita de trigo no Rio Grande do Sul foi encerrada com um volume recorde de 2,416 milhões de toneladas, com boas condições climáticas e um crescimento na área plantada em relação a 2010 de mais de 10 por cento, informou nesta terça-feira a Emater, o órgão de assistência técnica do governo gaúcho.

O volume praticamente iguala o registrado na colheita do Paraná, tradicionalmente o maior produtor de trigo do Brasil, onde nesta temporada a área plantada caiu cerca de 10 por cento ante o ano passado. Além disso, o Paraná sofreu os efeitos de geadas, que reduziram o potencial produtivo em cerca de 400 mil toneladas.

O Deral (Departamento de Economia Rural), do governo paranaense, estimou a safra de trigo em 2,422 milhões de toneladas, diferença de 6 mil toneladas na comparação com o número da Emater.

Em seu último levantamento, a Companhia Nacional de Abastecimento também colocou Rio Grande do Sul e Paraná no mesmo patamar, deixando os paranaenses ligeiramente à frente, com uma colheita 20 mil toneladas superior.

Produzindo juntos 4,8 milhões de toneladas, os dois Estados respondem por quase toda a produção do Brasil, estimada em 5,4 milhões de toneladas pela Conab, ante 5,8 milhões em 2010.

De acordo com levantamento da Emater/RS, a produtividade também foi recorde em 2011, atingindo a média de 2.746 quilos por hectare – 25,62 por cento acima da estimativa inicial, superando também o número do ano passado, o recorde anterior.

A safra deste ano superou a de 2003, quando a colheita foi de 2,39 milhões de toneladas, até então a melhor marca do Estado.

O presidente da Emater/RS, Lino De David, frisou em comunicado que safra se destacou também pela qualidade do grão.

A Emater ressaltou que atualmente 90,5 por cento do cereal do Rio Grande do Sul tem qualidade tipo Pão.

O agrônomo da Emater, Ataides Jacobsen, afirmou em entrevista que o clima mais seco que favoreceu a colheita e a qualidade do trigo não tem sido bom para o milho -produtores já veem quebra de 10 por cento na safra do cereal destinado majoritariamente para ração animal.

"Tivemos uma situação de clima favorável para cultura do trigo, principalmente nessa fase de maturação, e estamos pagando a conta com o milho, a situação está muito complicada", disse ele.

O agrônomo acredita ainda que, se o trigo continuar com rentabilidade menos favorável que o milho no Paraná, os produtores paranaenses deverão continuar semeando o milho na segunda safra, e o Rio Grande do Sul pode eventualmente manter a liderança da produção nacional.

Segundo Jacobsen, essa situação de liderança do trigo gaúcho já ocorreu no passado, mas há muito tempo, nos anos 80.

"O produtor do Paraná tem outra alternativa que é o milho, que apresentou possibilidade de preços bons, e isso tem levado a essa opção. Aqui no Rio Grande do Sul é limitado, não temos alternativas capazes de competir (com o trigo)."

"No momento em que houver um melhor equilíbrio entre os preços do milho e trigo, que seja interessante ao produtor a optar pelo trigo, o Paraná pode voltar a ser o principal fornecedor nacional… Não é questão de disputar o primeiro lugar, o importante é o agricultor ter segurança e rentabilidade", acrescentou o agrônomo.

Uma primeira pesquisa de intenção de plantio de milho segunda safra do Paraná aponta para um novo crescimento de área do cereal, que deve se dar às custas do trigo no ano que vem.

Fonte: O Estado de São Paulo

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