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Rede de pesquisa vai priorizar desenvolvimento do agronegócio

Iniciativa do governo do Estado pretende integrar universidades, institutos de pesquisa e o setor privado

O governador Beto Richa assinou ontem o decreto que cria a Rede Paranaense de Agropesquisa e Formação Aplicada. O objetivo é incentivar a inovação e a pesquisa científica e tecnológica para o setor agropecuário em curto, médio e longo prazos. A rede vai facilitar a integração entre universidades estaduais, os institutos de pesquisa do Paraná e o setor produtivo na busca de soluções para o desenvolvimento da agropecuária paranaense.

“Estamos formando uma rede aproveitando o que tivermos de conhecimento acumulado nas universidades e nas fundações privadas de pesquisa agropecuária para pesquisarmos e superarmos dificuldades de curto prazo na nossa agricultura”, disse o secretário estadual de Agricultura e Abastecimento, Norberto Ortigara. Segundo ele, os temas que podem ser abordados são uso da água, conservação do solo e bem-estar animal.

De acordo com o secretário, por meio de edital, serão contratadas pesquisas aplicadas visando mais produtividade e redução do desperdício para o setor privado. Além disso, essas pesquisas devem ampliar cuidados em relação ao meio ambiente e buscar desempenho econômico melhor. A rede será coordenada pelas secretarias da Agricultura e do Abastecimento e da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior.

Ortigara informou que os recursos para os projetos ainda não foram definidos, mas parte virá do Fundo Constitucional de Ciência e Tecnologia e da iniciativa privada. As instituições interessadas vão se habilitar e serão financiadas com recursos do programa Paraná Inovador e do Fundo Paraná, da Secretaria da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior.

Os volumes serão definidos por um comitê gestor que vai determinar as áreas prioritárias para desenvolvimento do agronegócio. O comitê é composto por integrantes da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep), Organização das Cooperativas do Estado do Paraná (Ocepar) e pela Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado do Paraná (Fetaep). Segundo ele, a primeira reunião do grupo deve acontecer no início de outubro e a previsão é divulgar o primeiro edital ainda neste ano.

O presidente da Faep, Ágide Meneguette, disse que um dos problemas sérios no Estado está relacionado ao uso do solo. “As pesquisas que nós temos nesta área são de 20, 30 anos atrás”, afirmou. Ele acredita que, com a rede, vai ser possível alavancar a produtividade do Paraná. Entre outras prioridades, citou a produção de bovinos de corte e de leite. “Aproximar o setor produtivo das entidades de pesquisa é uma reivindicação antiga da Faep. A agropecuária precisa da ciência para dar saltos tecnológicos”, destacou.

O superintendente-adjunto da Ocepar, Nelson Costa, considera que um dos aspectos positivos da rede é unir as universidades e as instituições de pesquisa. Outro é poder discutir os recursos para pesquisa e destiná-los às áreas prioritárias que, segundo ele, são bovinocultura de corte e inovação em alimentos. E também poder destinar recursos às áreas de baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) como a região central do Estado e a parte norte da Região Metropolitana de Curitiba (RMC).

Fonte – Folha de Londrina

André Amorim

Jornalista desde 2002 com passagem por blog, jornal impresso, revistas, e assessoria política e institucional. Desde 2013 acompanhando de perto o agronegócio paranaense, mais recentemente como host habitual do podcast Boletim no Rádio.

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