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Recuperação do mercado da mandioca não anima produtor

Tonelada que foi vendida a R$ 130,00 em 2015, agora passa dos R$300,00. Com prejuízos de milhões, agricultor prevê redução de área no Paraná

Nos últimos anos a cultura da mandioca enfrenta uma crise. O preço pago pela tonelada despencou e, segundo os agricultores, os valores chegaram a índices que não cobriram nem mesmo os gastos de produção.

Em 2015 a tonelada chegou a ser negociada por R$ 130,00. Atualmente oscila acima de R$ 300,00. O mercado está em recuperação. E isto porque o nordeste voltou a comprar farinha de mandioca do Paraná. O que ajudou a valorizar a raiz.

Ainda assim muitos produtores continuam preocupados. De acordo com o presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Amido de Mandioca, Eduardo Pasquini,mesmo com essa elevação de preço da raiz, a situação continua difícil para os produtores. “Tivemos um problema muito grave nos preços em 2014 e 2015.

E agora em 2016 houve uma recuperação realmente. Mas a gente não acredita em um plantio muito forte porque o produtor está descapitalizado nesse momento com os prejuízos principalmente dos últimos dois anos. Tem também a limitação de crédito, o juro agrícola está alto e os bancos estão restritivos à emprestar dinheiro para agricultura”, explica Eduardo Pasquini.

Diantes dessas dificuldades financeiras, voltar a investir como antes é um risco alto pra quem já perdeu muito dinheiro. Vanderlei Foss, cultiva mandioca há mais de 20 anos, está acostumado com os altos e baixos do mercado, mas com a última safra acumulou uma dívida de mais de um milhão e meio de reais.

“Crédito de banco é muito pouco porque a gente deixou muita dívida pra traz e não tem como pegar dinheiro do banco. Então o plantio está restrito”, explica o produtor.

Apesar do receio para novos investimentos na cultura, o agricultor pode acreditar na melhora do setor. “A tendência é que as indústrias trabalhem na normalidade. Agora, nesse primeiro semestre pode ser que os preços oscilem, mas devem permanecer assim onde já remunera o produtor.

No segundo semestre pode aumentar e em 2017 também pode ocorrer isso. O que é muito bom porque o cenário fica positivo para o agricultor e também para a indústria. O que fortelece a cadeia”, finaliza Paquini.

Fonte: G1

André Amorim

Jornalista desde 2002 com passagem por blog, jornal impresso, revistas, e assessoria política e institucional. Desde 2013 acompanhando de perto o agronegócio paranaense, mais recentemente como host habitual do podcast Boletim no Rádio.

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