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Queijos puxam queda do mercado de lácteos

Recuo de preços atingiu muçarela, prato e provolone nos meses de janeiro e fevereiro

O preço dos queijos puxou para baixo o valor de referência do leite – índice usado para servir como base na negociação entre produtores e a indústria. O muçarela, o prato e o provolone, que já tinham sofrido desvalorização em janeiro, voltaram a oscilar para baixo na parcial de fevereiro (até o dia 17). A dinâmica de mercado foi apresentada durante reunião do Conselho Paritário Produtores/Indústrias de Leite do Paraná (Conseleite-PR), realizada nesta terça-feira (23), por videoconferência.

O colegiado aprovou o valor de referência projetado de R$ 1,5765, para o leite padrão entregue em fevereiro, a ser pago em março – uma queda de 5,9%. O conselho também aprovou o valor de referência consolidado de R$ 1,6737 para o leite entregue em janeiro e pago em fevereiro – recuo de 9,1%, em relação ao levantamento anterior.

A queda do valor de referência está diretamente relacionada ao muçarela – derivado lácteo que respondeu por 44% dos produtos lácteos comercializados no Paraná em fevereiro. De dezembro a fevereiro, o preço do produto recuou 19,3%. Com a desvalorização, o muçarela voltou aos patamares de junho do ano passado. Ainda assim, esse queijo segue em níveis de preços muito maiores em relação a anos anteriores.

“Vale comentar que foi uma queda que veio ocorrendo semana a semana e ainda não sabemos se há espaço para os preços recuarem mais, já que há um estoque do muçarela nas indústrias e os volumes de venda estão menores”, disse José Roberto Canziani, professor da Universidade Federal do Paraná (UFPR), responsável pelo levantamento.

No caso do queijo prato e do provolone, a desvalorização entre dezembro e fevereiro também foi considerável: respectivamente, 15,6% e 5%. O parmesão foi o único tipo de queijo que teve um movimento diferente: o preço médio subiu em janeiro, mas voltou a recuar em fevereiro. Esse movimento, segundo a UFPR, está mais relacionado ao tipo de parmesão que foi comercializado, já que o volume não é tão representativo dentro do mix total. Comportamento semelhante foi observado com o requeijão.

Nessa dinâmica, os preços do leite UHT e do leite spot também caíram: 10,7% e 15,4%, respectivamente. A exceção do período foram as gorduras, que obtiveram leve valorização entre dezembro e fevereiro. No caso do creme de leite, a alta foi de 2,4%. O preço da manteiga, por sua vez, oscilou para cima em 2,1%.

“Embora nos preocupe, os dados não são surpresa, em função do que estamos vendo na prática, com exagerados custos de produção, por um lado, e pela queda no consumo, por outro”, disse o presidente do Conseleite-PR, Ronei Volpi, que representa o Sistema FAEP/SENAR-PR no colegiado.

Felippe Aníbal

Jornalista profissional desde 2005, atuando com maior ênfase em reportagem para as mais diversas mídias. Desde 2018, integra a equipe de comunicação do Sistema FAEP/SENAR-PR, onde contribui com a produção do Boletim Informativo, peças de rádio, vídeo e o produtos para redes sociais, entre outros.

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