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Produtores reclamam de preço do frango pago por integradoras

Criadores da região de Maringá recebem R$ 0,65 por ave entregue para abate Preço está congelado há 2 anos. Produtores fazem pedido de R$ 1 por frango

Depois de várias reuniões, produtores de frango do noroeste do Paraná aguardam para hoje resposta de um abatedouro sobre a solicitação de aumento no preço do frango entregue para abate. Caso a empresa não se manifeste ou apresente proposta abaixo do valor pedido, os criadores pretendem adotar formas de pressionar a indústria.

Atualmente, na região de Maringá, eles recebem entre R$ 0,65 e R$ 0,70 por ave, o mesmo que ganhavam 2 anos atrás, mas em outras regiões do Estado tem produtor entregando frango a R$ 0,55, o que dá cerca de R$ 0,20 o quilo. “A situação chegou a um ponto que muitos produtores não estão sequer conseguindo pagar o financiamento que fizeram para a construção de granjas”, disse o criador Sidney Franchetti. “Todos os custos da criação subiram, mas há 2 anos que recebemos os mesmos valores dos abatedouros.”

Os avicultores dizem que a situação atinge somente os que participam de sistemas de integração e eles ficam sem a alternativa de procurarem outro abatedouro por questões contratuais. Outras empresas chegam a pagar até R$ 0,20 a mais por ave e os abatedouros ligados a cooperativas, como é o caso de alguns da região sudoeste do Paraná, pagam “um valor mais justo”.

Segundo os produtores, os integrados estão sofrendo em todo o Brasil, apesar de as empresas terem sido beneficiadas nos últimos meses com a redução dos custos da ração que entregam aos granjeiros devido às aquisições feitas em preços vantajosos de soja e milho, os dois componentes que correspondem a 70% do custo da ração. Também a elevação do dólar assegurou melhores resultados nas vendas para o exterior. “São ganhos que as integradoras tiveram, mas não repassam para o criador”, disse o presidente da Associação dos Avicultores do Oeste do Paraná, Luiz Bernartt.

“Colocando na ponta do lápis, vemos que a situação para o criador está muito complicada”, diz o avicultor Valmor Ceratto, que é também administrador e consultor avícola e está à frente das negociações com um dos principais frigoríficos integradores do noroeste do Paraná. “Nestes anos em que não tivemos aumento no frango que entregamos, todos os elementos que compõem o custo da criação aumentaram e alguns subiram muito, como são os casos da energia elétrica e combustíveis.”

Fonte: O Diário de Maringá

André Amorim

Jornalista desde 2002 com passagem por blog, jornal impresso, revistas, e assessoria política e institucional. Desde 2013 acompanhando de perto o agronegócio paranaense, mais recentemente como host habitual do podcast Boletim no Rádio.

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