Líder de seu partido na Câmara e com fácil trânsito no meio empresarial, Beto Albuquerque vem buscando contatos com lideranças econômicas no Estado esclarecendo as principais questões do programa da candidata do PSB. Ele não poupou a presidente Dilma Rousseff.
“A Marina não é candidata a gerente do Brasil. A última escolha de uma gerente pro Brasil não deu certo. Ela (Dilma) tem sido gerente à moda antiga, toma decisões monocráticas, não reúne setor nenhum, manda fazer, reúne os ministérios coletivamente para que ouçam suas ordem e não contribuem com as discussões”.
Segundo ele, o Brasil vive um momento de paralisia econômica. “Hoje a crise econômica mundial está recebendo a culpa, em 2008 a crise era uma marolinha. Aonde aconteceu a marolinha, o mundo já voltou a crescer a índices superiores a 4% e aqui aonde a marolinha não fazia nem cócegas, como dizia o governo de plantão, hoje estamos crescendo a metade dos países da América Latina”.
O presidente da FAEP, Ágide Meneguette, além de agradecer a presença do candidato a vice, enumerou pontos do programa que preocupam o agronegócio. “Levando em conta o debate nacional destas eleições, entendemos que nossas indagações servirão para eliminar dúvidas dos nossos produtores”, disse Ágide.
As questões:
– ÍNDICE DE PRODUTIVIDADE
“Em vez de se falar em índices de produtividade, o ideal seria o governo dar assistência aos assentados, com vocação para o cultivo da terra”. Ágide Meneguette
Beto Albuquerque – “Esses índices foram estabelecidos em 1980 visando obter áreas rurais para a reforma agrária e não existe razão para continuar existindo. Estamos dialogando com a agricultura. Precisamos acompanhar a produtividade para premiar a agricultura. O Brasil está à frente na produção mundial. O Sul iniciou a cultura do plantio direto como pioneirismo de sustentabilidade. Devemos premiar a produtividade com crédito, com financiamento, acesso a inovação. Somos um pais que no curto prazo tornou-se um player de produção e fornecimento de alimentos do mundo . Hoje a reforma agrária é mais barata se adquirir a área. Os conflitos de demarcações só existe porque o governo Dilma foi omisso. Ao governo cabe cumprir a lei e gasta tempo demais para cumprir acordos”.
– TERCEIRIZAÇÃO DE ATIVIDADES FINS
“Uma decisão do Tribunal Superior do Trabalho considerou ilegal a contratação de terceirizados (mão de obra ou empresas) para atividades fins. Na agricultura, tal proibição é absurda”. Ágide
Beto Albuquerque – “Quem mais terceiriza é o governo. A Atividade meio pode ser terceirizada. Precisamos debater bem esse assunto, com segurança jurídica para o trabalhador. O que não podemos é ter medo de debater o assunto”.
CÓDIGO FLORESTAL
“Para nós, essa questão do Código Florestal está resolvida, razão pela qual esperamos que, se eleita, a candidato Marina Silva também o considere como tal e não haja tentativa de mudá-lo”. Ágide
Beto Albuquerque: “A Marina é uma líder de opinião, mas sendo vencida, aceita o que foi decidido. Não vamos mexer no Código Florestal. Vamos olhar para a frente, o que o Congresso decidiu, está decidido. O desmatamento que temos que nos preocupar é o ilegal”.
INFRAESTRUTURA
“Dentro da porteira a produção agrícola bate recordes em todas as safras. O problema ocorre fora da porteira: faltam armazéns, as rodovias já não comportam o tráfego, a construção e a modernização de ferrovias está atrasada. Os portos estão sucateados.” Ágide
Beto Albuquerque – Os três estados do sul passam por dificuldades, mas não podemos esperar o governo federal, como ocorreu com a ferrovia Norte-Sul que até hoje não saiu do papel. Para garantir infraestrutura e logística vamos buscar concessões e PPPs com financiamentos não só com o BNDES, mas devemos buscar também no exterior.
MAPA
“Há a necessidade de fortalecer o Ministério da Agricultura, ao invés de manter quatro ministérios cuidando da mesma coisa”. Ágide
Beto Albuquerque – “Vamos fortalecer os dois ministérios (Agricultura e do Desenvolvimento Agrário) porque hoje quem manda são três meninos da Casa Civil. Vamos fortalecer o MAPA colocando na Agricultura Familiar e no Agronegócio quem conhece do riscado. Colocar amador não é receita para definir a política com a sociedade. Creio e ouso afirmar que não houve uma reunião sequer entre a presidente da republica e o ministro da agricultura em separado para discutir políticas públicas, avanços ou melhorias nesse setor”.
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