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O futuro do leite

O consumo de produtos lácteos deverá crescer 2% ao ano nos países em desenvolvimento, e 1% nos países desenvolvidos

Diversas projeções de mercado têm apontado boas perspectivas para o leite no longo prazo. Recentemente um relatório da multinacional de embalagens Tetra Pak (responsável pelas caixas de leite longa vida) revelou que a demanda global por alimentos lácteos deve crescer 36% na próxima década, puxada pelo aumento da população mundial e, principalmente, pelo aumento do poder aquisitivo dos consumidores na Ásia, África e na América Latina.

O Tetra Pak Dairy Index aponta ainda que esta demanda dificilmente será atendida pela produção interna de leite nestes mercados, havendo aí uma oportunidade para as empresas do setor exportarem produtos lácteos para os países onde a produção não deverá acompanhar o aumento de consumo.

Outro estudo internacional, realizado pela Food and Agriculture Organization (FAO), órgão das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura, avalia as tendências para lácteos até 2022, e aponta que a produção mundial de leite deverá crescer em todo planeta, sendo puxada, principalmente, pelos chamados “países em desenvolvimento”, onde o Brasil se inclui. Estes países deverão responder por 74% do aumento na produção, sendo que somente a Índia deverá responder por 29% da produção, superando a União Europeia, hoje maior produtora mundial. Entre 2013 e 2022 a produção deve subir 1,8% a cada ano, taxa inferior aos 2,3% observados na última década.

Neste período, a FAO prevê uma notável melhora nos preços internacionais dos produtos lácteos, decorrente do aumento dos preços dos cereais, principalmente nos EUA e na Rússia. Esse fator tem mais impacto na produção norte-americana e europeia, que não dispõem de pastagens para alimentar o rebanho, ficando refém dos preços das commodities, mas não tem tanta influência nos custos de produção de países exportadores da Oceania e da América do Sul. Com custos relativamente altos e queda na demanda interna, a produção nos países europeus deve crescer lentamente na próxima década, a uma taxa de 0,3% por ano.

Outro fator que terá influência no preço dos lácteos é o aumento da demanda. O consumo de produtos lácteos deverá crescer 2% ao ano nos países em desenvolvimento, e 1% nos países desenvolvidos. Esta diferença é fruto do crescimento da população nos países em desenvolvimento, do maior acesso a serviços de refrigeração e à mudança de hábitos alimentares na Ásia, que passou a “ocidentalizar” sua dieta.

Produtos

O material da FAO trabalha com as perspectivas para quatro produtos lácteos, leite em pó integral, leite em pó desnatado, queijos e manteiga.  Até 2022 os países em desenvolvimento responderão por 90% do consumo de leite em pó integral, que pode ser usado como alternativa para produzir uma grande variedade de produtos lácteos frente às dificuldades de abastecimento de leite fresco nos países tropicais.

Os queijos são consumidos principalmente nos países desenvolvidos, em especial EUA e União Europeia, que hoje respondem por 75% do consumo. A perspectiva é que o alimento siga a tendência de aumento gradativo de consumo nos países em desenvolvimento, porém, sem queda de consumo nos países desenvolvidos. No caso dos EUA, a previsão é de um aumento no consumo de 1,7% ao ano, estimulado principalmente pela indústria de alimentos processados.

Rússia e Japão seguem sendo os principais importadores mundiais de queijos, mas os mercados consumidores com crescimento mais rápido são a China e o Egito. A expectativa é que a União Europeia continue sendo o principal exportador de queijo, mas EUA e Nova Zelândia devem ganhar maior participação neste mercado nos próximos anos.

No caso do leite em pó desnatado (mais barato do que o leite em pó integral), a FAO aponta um aumento no consumo na próxima década. Dentre as razões, está o maior uso do leite em pó desnatado como ingrediente de produtos alimentícios. Nos países em desenvolvimento seu consumo deverá ser muito superior à produção, o que ocasionará uma forte demanda de importações.  Nos EUA seu consumo deve crescer 2,1% ao ano e na União Europeia apenas 0,3%.

As perspectivas para a manteiga apontam para uma lenta e contínua expansão nas importações, principalmente pelos países em desenvolvimento. O estudo da FAO antecipa que a Nova Zelândia deverá ser em 2022 o maior exportador mundial de manteiga com participação no mercado na casa dos 49% (hoje é 50%). Os principais importadores de manteiga continuarão sendo a Rússia e os países do norte da África.

Questão internacional

Todos estes dados e perspectivas foram discutidos e corroborados no 13º Congresso Panamericano de Leite, realizado na cidade de Querétaro, no México, entre os dias 08 e 11 de setembro último,do qual participou o coordenador geral da Aliança Láctea Sul Brasileira, Ronei Volpi.

Durante o evento foi lançado um livro com dezenas de artigos científicos produzidos por pesquisadores de vários países atestando os diversos benefícios que o consumo de lácteos traz à saúde. Editada pela Federação pan-americana de Leite, a publicação “Lácteos: alimentos essenciais para o ser humano – Sim ao Leite” tem como objetivo auxiliar a desmistificar informações errôneas de que os lácteos trariam prejuízos à saúde. O que a ciência vem comprovando estudo após estudo é que a bebida continua sendo sinônimo de vida saudável.

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