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Mercado indica queda para o preço do trigo

A expectativa de uma safra maior no Mercosul já pressiona as cotações do trigo da Argentina para entrega futura. O trigo do país, que é o principal fornecedor do Brasil, está sendo ofertado a US$ 270 por tonelada para entrega em janeiro, 18% abaixo do preço atual, na casa dos US$ 330.

No Brasil, a cotação do cereal bateu recorde no mercado à vista. Os negócios com entrega futura, no entanto, permanecem travados com os compradores à espera de uma queda acentuada nas cotações a partir de agosto, quando começam as colheitas no Paraná e Paraguai.

Segundo a Safras & Mercado, a área plantada com trigo no Mercosul vai crescer 18,7% neste ano, para 7,3 milhões de hectares, puxada por Argentina e Brasil. A consultoria prevê um aumento de 29% no cultivo argentino, para 4,5 milhões hectares. No Uruguai, a expansão estimada é de 2,8% e, no Paraguai, de 2,9%. Para o Brasil, a consultoria projeta uma área de 2,01 milhões de hectares, 5,7% maior.

O presidente do Moinho Pacífico, Lawrence Pih, diz que a queda dos preços deve chegar ao Brasil no segundo semestre. "Os moinhos não estão fazendo compras antecipadas nem da safra brasileira nem da argentina, à espera da acomodação do mercado. Acredito em cotações 20% mais baixas no Brasil a partir da próxima safra", diz Pih.

A produção argentina, colhida a partir de novembro, só será liberada para exportação após 15 de dezembro. No entanto, antes disso, em agosto, começa a colheita no Paraná e também no Paraguai, que também destina 90% de suas exportações ao mercado brasileiro.

Na avaliação do especialista da Safras & Mercado, Élcio Bento, a entrada da produção do Paraguai não deve causar uma baixa muito expressiva, pois os estoques dos moinhos e do governo estão muito baixos. "É um fator de pressão, mas não muito significativo", diz Bento.

O fato é que, por enquanto, o mercado físico continua em alta no Brasil com a escassez do cereal no curto prazo. Somente em maio, a valorização acumulada do indicador Cepea/Esalq para o trigo no Paraná é de 4,88% – ontem, o indicador subiu 0,15%, a R$ 741,73 por tonelada. Mas os bons lotes ainda remanescentes da safra passada são negociados por até R$ 800 a tonelada no Estado. No Rio Grande do Sul, o indicador também acumula alta em maio, de 4,14% – ontem, o indicador subiu 0,70%, a R$ 618,33 a tonelada.

Nesse contexto, aumentou a procura pelo trigo ofertado nos leilões da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a maior parte de safras antigas e de menor qualidade. Desde o início dos leilões, o governo ofertou 332,8 mil toneladas do cereal, sendo que 60% foram adquiridos. No último leilão, os moinhos compraram 71% da oferta.

Diante do pouco volume de trigo disponível do Mercosul, a indústria moageira está sendo obrigada a buscar o cereal nos Estados Unidos e no Canadá. O presidente do Sindicato da Indústria do Trigo de São Paulo (Sindustrigo), Christian Saigh, destaca que, desde março, quando o governo liberou a importação de até 2 milhões de toneladas de trigo de fora do Mercosul sem a cobrança da Tarifa Externa Comum (TEC), já foram compradas em torno de 500 mil toneladas do cereal, que começam agora a chegar aos portos brasileiros. Segundo Saigh, a previsão é que o país importe da Argentina 2,5 milhões de toneladas neste ano, ante 5 milhões de 2012.

Valor Econômico

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