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Mecanização na colheita de café sobe e atinge 20%

A mecanização na colheita de café avança no Brasil e atinge pelos menos 10 milhões de sacas. A estimativa é de Walmi Gomes Martin, gerente de produtos da área de colhedoras da Jacto. Esse volume se refere à colheita feita diretamente nas árvores.

A mecanização avança também na colheita do café caído no chão. Nesse caso, o percentual é bem menor, diz Conceição Aparecido de Bertanha, da empresa Bertanha, especializada em máquinas para a cafeicultura.

José Braz Matiello, da Procafé, diz que a colheita com derriçadeiras costais atinge 500 mil sacas por safra.

Um dos motivos a favor da mecanização no setor é a dificuldade e os custos da mão de obra, além da busca de qualidade durante toda a cadeia, diz Reymar Coutinho de Andrade, da Pinhalense.

Dependendo da região onde está localizada a lavoura, os custos de produção podem ter redução de 40%.

Martin diz que a mecanização, além de permitir o plantio de café em grandes áreas, traz também um produto final de melhor qualidade.

Para ele, a chave da sustentabilidade da cafeicultura é a redução de custos e o aumento de produtividade.

Na mesma linha, Bertanha diz que 30% do café do chão é perdido. Isso significa 81 quilos por hectare. Em 100 hectares, a perda soma 135 sacas, com o produtor deixando de colocar R$ 31 mil no bolso nos preços atuais.

O Brasil tem possibilidade de elevar a mecanização do café mais do que outros países concorrentes.

Em algumas áreas, como Quênia e Colômbia, o café tem floração o ano todo, eliminando a possibilidade de uma colheita mecânica e elevando os custos de produção.

A produção nacional de café, embora as estatísticas sejam bastante desencontradas, ficou um pouco acima de 50 milhões de sacas. Algumas estatísticas, indicam, no entanto, 55 milhões de sacas.

A soja vai ser o principal foco do banco Original, braço financeiro da J&F, no setor de grãos neste ano. Tradicional fornecedor de crédito à pecuária, o banco vai destinar R$ 350 milhões para a agricultura neste ano. A soja deverá receber 60%, seguida pelo milho, com 20%. A pecuária terá R$ 450 milhões.

As informações são de Marcelo Cruvinel Petto, que não prevê um 2013 difícil para os produtores. Os mercados internacional e interno estão com demanda aquecida e os custos estão mais baixos.

Esse cenário, no entanto, não é geral. Ele destaca as dificuldades dos produtores de alguns setores, como os de café e de cana-de-açúcar, devido aos preços baixos.

O banco prevê crédito de R$ 800 milhões para o setor agropecuário neste ano. Se confirmado, esse valor deve superar em 30% o do ano passado. A empresa abriu escritórios em novas regiões.

Preços As perspectivas de consumo de café são boas, mas a forte queda dos preços do arábica pode comprometer a sustentabilidade do produtor, segundo Robério Silva, diretor-executivo da OIC (Organização Internacional do Café).

Atenção Ao participar do lançamento da semana internacional do café, que será em Minas Gerais, em setembro, Silva diz que os governos de países produtores têm de ficar atentos aos cafeicultores, devido a esse novo cenário.

Proteção Um outro fator preocupante, segundo Silva, é a discriminação que sofre o café torrado e moído, principalmente o brasileiro, nos países desenvolvidos. Essa escalada tarifária inibe as exportações de países produtores.

Qualidade Além dessas dificuldades na exportação de café com valor agregado, Elmiro Nascimento, secretário de Agricultura de Minas, diz que falta reconhecimento externo à qualidade do produto brasileiro.

Folha de S. Paulo
MAURO ZAFALON

DETI

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