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Mais valorizada neste ano, laranja pode atrair produtores do PR

Nesta temporada, o produtor vai se beneficiar da combinação de queda dos estoques, provocada pelas perdas de produção em São Paulo e Minas Gerais e na Flórida, nos Estados Unidos, e da melhora dos preços internacionais

O atual cenário da citricultura, com preços mais de 40% acima dos praticados na safra passada, possibilidade de valorização ainda maior com as exportações depois de problemas na safra dos Estados Unidos e crescimento na produtividade, pode estancar as baixas que o setor vinha sofrendo no norte e noroeste do Paraná com centenas de produtores abandonando a atividade e a consequente redução de áreas com laranjais. Pelo menos um de cada cinco produtores de laranja mudou de ramo nos últimos 3 anos, mas os técnicos acham que o bom momento da citricultura pode contribuir para mudar a situação.

“O bom momento de preços também tem favorecido a retomada de plantios novos na região”, a rma José Croce Filho, da Agência de Defesa Sanitária Vegetal do Paraná (Adapar). Segundo ele, somente nesse ano, a taxa de renovação dos pomares atingiu 1,5%. O número pode parecer pequeno, mas já é indício de que a redução de área parou.

O Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento (Seab) projeta uma produção de 810,9 mil toneladas neste ano, 11,6% superior de 2015, de 726,6 mil toneladas.

A previsão é que o Valor Bruto da Produção (VBP) alcance R$ 277,4 milhões, o mais alto da última década, graças à melhora dos preços internacionais.

A faixa que começa na região de Londrina, passa por Maringá e segue até Paranavaí concentra os principais laranjais paranaenses por contar com condições de solo e clima propícias e as quatro indústrias de suco do Estado. O que se produz nesta região faz do Paraná o quarto maior produtor do Brasil, respondendo por quase 6% da produção nacional, com cerca de 600 produtores e 21,6 mil hectares. Segundo a Secretaria da Agricultura, a laranja é o principal produto da fruticultura no Paraná e somente no campo oferece cerca de 3 mil empregos diretos e cerca de 3 mil indiretos. “A citricultura tem relevância para economia do Estado, com uma geração muito grande de empregos tanto no campo como na indústria de sucos”, diz José Croce.

O técnico explica que, devido às necessidades da indústria, a região planta diferentes variedades que proporcionam colheitas em todas as estações, mas a safra propriamente dita começa no meio do ano e prossegue até dezembro.

Nesta temporada, o produtor vai se beneficiar da combinação de queda dos estoques, provocada pelas perdas de produção em São Paulo e Minas Gerais e na Flórida, nos Estados Unidos, e da melhora dos preços internacionais. Os preços dos contratos fixados com as indústrias estão animando os citricultores. Os valores pagos subiram 42% em relação ao ano passado. Enquanto na safra passada o preço pago pela caixa de 40,8 kg estava em R$ 10,50, nesta temporada já chega a R$ 15 e pode melhorar ainda mais. A laranja produzida nos pomares do Paraná é transformada em suco pelas indústrias, com foco na exportação para países da União Europeia, Oriente Médio, Estados Unidos, Austrália e Canadá.

Fonte: O Diário

André Amorim

Jornalista desde 2002 com passagem por blog, jornal impresso, revistas, e assessoria política e institucional. Desde 2013 acompanhando de perto o agronegócio paranaense, mais recentemente como host habitual do podcast Boletim no Rádio.

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