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Interesse russo ajuda a valorizar a carne suína

Perspectiva é de aumento das exportações, mas o histórico de instabilidade nas decisões de Moscou reduz a euforia

As alternativas para preparar um churrasco mais em conta parecem ser cada vez mais escassas. Ao lado da carne bovina, a suína também experimenta uma forte alta nos preços ao consumidor, seguindo a tendência de valorização da proteína animal no mercado internacional e a perspectiva de aumento das exportações pela preferência que a Rússia começou a dar ao Brasil.

Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que, nos últimos 12 meses, a carne suína subiu quase duas vezes e meia a mais do que a inflação, com uma aceleração acentuada após os russos anunciarem a habilitação de mais frigoríficos nacionais. O apetite do país de Vladimir Putin, porém, não deve ameaçar o abastecimento interno, avalia Rogério Kerber, diretor- executivo do Sindicato das Indústrias de Produtos Suínos do Estado (Sips). Segundo Kerber, apesar dos anúncios, muitas plantas sequer começaram a exportar para a Rússia. O histórico de instabilidade nas decisões de Moscou é outro fator que freia a euforia do setor.

— As empresas não vão deixar de atender ao mercado brasileiro, que recebe 85% da produção. E durante 365 dias por ano — pondera Kerber.

A redução na oferta também influencia na alta do preço, diz o presidente da Associação dos Criadores de Suínos (Acsurs), Valdecir Folador. O dirigente afirma que a remuneração baixa aos produtores nos últimos anos levou à diminuição nos plantéis. Com as cotações se recuperando, os criadores recomeçaram a aumentar o número de animais, mas a disponibilidade para abate crescerá somente em 2015.

A boa notícia é que a maior remuneração, aliada aos custos menores do milho e do farelo de soja, usados para alimentar os suínos, elevam a lucratividade.

— A margem atual é a melhor dos últimos anos. Lembro de algo semelhante apenas 10 anos atrás — avalia Folador.

Fonte: ZeroHora

André Amorim

Jornalista desde 2002 com passagem por blog, jornal impresso, revistas, e assessoria política e institucional. Desde 2013 acompanhando de perto o agronegócio paranaense, mais recentemente como host habitual do podcast Boletim no Rádio.

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