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Informe – SOJA, MILHO E TRIGO – 07/07/2015

Acompanhe a análise econômica das principais commodities agrícolas

Por: Tânia Moreira |Economista do Departamento Téc. e Econômico da FAEP.

SOJA FECHA DIA NO VERMELHO COM AVERSÃO AO RISCO NOS MERCADOS

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Após as altas expressivas sustentadas pelo clima excessivamente chuvoso no meio oeste americano, os futuros da soja ontem fecharam em queda, mas mantiveram o patamar acima dos US$ 10,00 por bushel. Variáveis financeiras, de clima, das inspenções das exportações americanas e dados sobre a evolução das lavouras nos Estados Unidos marcaram influência na data de ontem.

A aversão ao risco nos mercados, dada a incerteza em relação ao futuro da Grécia afastou os investidores do mercado de commodities. Preocupações em relação a economia chinesa também influenciaram negativamente o dia em commodities. O câmbio subiu, com os investidores buscando proteção no dólar e nos títulos públicos americanos, e o petróleo caiu, o que também não favoreceu a cotação da oleaginosa. As bolsas de valores no Brasil, Estados Unidos, Europa fecharam o dia em queda.

Em relação ao clima nos Estados Unidos, segundo a agência americana NOAA, há previsão de um tempo mais quente para o meio oeste americano entre 11 a 15 de julho. Segundo a agência DTN é possível observar uma tregua em relação ao padrão excessivamente chuvoso do mês de junho, o que deverá favorecer as culturas, apesar de algumas chuvas ainda presentes no centro oeste ainda esta semana.

Quanto as inspeções das exportações americanas o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) relatou que chegaram a 197,441 mil toneladas até a última quinta-feira, o que foi abaixo dos 296,86 mil da semana anterior.

Sobre a evolução das lavouras americanas, contrariamente ao que o mercado esperava, o USDA indicou a manutenção em 63% das lavouras de soja em condições de boas a excelentes. O mercado esperava, que com as últimas chuvas, esta classificação caísse em pelo menos dois pontos percentuais.

O percentual de plantio foi revisado para 96% em relação ao normal de 100% das últimas cinco safras. Segundo o USDA 5% da safra falta ser plantada em Illinois e Indiana, e cerca de 24% em Missouri,o que dá, segundo o site americano Inside Futures, cerca de 3,4 milhões de hectares que ainda não foram plantados.

As atenções seguem voltadas ao clima e no que o relatório de oferta e demanda do USDA na próxima sexta-feira (10) irá indicar para a produtividade da soja, atualmente estimada em 46,0 bushels por acre. O site americano Inside Futures aposta na resitência do USDA em mudar os dados, relatando que desde 1993 o orgão revisou a área de soja apenas cinco vezes.

No mercado interno, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Camex) divulgou as expotações semanais relatando embarque médio diário de 476,51 mil toneladas, maior que as 467,1 mil toneladas do mesmo período de junho. O fechamento do mês de junho trouxe fortes embarques de soja de 9,81 milhões de toneladas, que superou o mês de maio.

O preço médio recebido pelo produtor paranaense na data de ontem foi de R$ 60,97 por saca, segundo a Secretaria de Agricultura e do Abastecimento (SEAB).

O site americano Agrimoney destacou a expectativa de aumento na produção de soja no Brasil na safra 2015/16, com a última melhora dos preços, ressurgindo aos US$ 10,00 por bushel, indicando que os produtores, apesar da alta do custo de produção, devem trocar um área ainda maior de milho por soja. Outro argumento apresentado pelo site, é o de que com taxa de juros mais altas, os produtores deixem de optar pelo milho que tem um gasto maior com fertilizantes, e optem pela soja, aumentando a área de plantio.

Hoje até as 11:00 o futuro de agosto na CBOT operava com perda de ↓1,83% no valor de ↓US$ 10,03/bushel. O câmbio ganhava ↑0,55% no valor de ↑R$ 3,1549 .

MILHO EM BAIXA COM CLIMA E RISCO NOS MERCADOS

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Basicamente, a mesma influência do mercado financeiro na soja, esteve presente no milho. A melhora das previsões climáticas é interpretada como positiva para a polinização do milho, que acontece em julho. As previsões climáticas para este mês seguem como ponto de atenção.

Em relação a condição das lavouras, ao contrário do esperado pelo mercado, o USDA aumentou em 1% a a classificação de boas a excelentes, relatando o percentual de 69%, em relação aos 68% da semana atenrior. Em Illinois, Iwoa e Kansas foram relatadas diminuição de 1% nesta classificação.

Para inspeções das exportações de milho foram relatadas 839,3 mil toneladas em relação às 1,04 milhão da semana anterior. O acumulado do ano foi de 36,76 milhões em relação aos 39,12 milhões do ano anterior, segundo o USDA.

As atenções seguem também seguem voltadas para o relatório de sexta-feira do USDA. A produtividade atual estimada é de 166,8 bushels por acre para o milho.

No mercado interno, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Camex) divulgou as expotações semanais, relatando um aumento no embarque médio diário de milho em 21,0 mil toneladas em relação ao embarque médio diário de junho de 6,5 mil toneladas, com uma melhora de 0,70% do preço médio diário.

O preço médio recebido pelo produtor paranaense na data de ontem foi de R$ 20,80 por saca, com aumento de 0,68% em relação ao dia anterior, segundo a SEAB.

Hoje até as 11:00 o futuro de setembro na CBOT operava com perda de ↓0,67% no valor de ↓US$ 4,19/bushel.

TRIGO FECHA EM ALTA

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Para o trigo o USDA indicou uma piora na condição das lavouras de inverno. 40% foram classificadas como boas a excelentes, em relação às 41% da semana anterior.

Para a colheita do cereal de inverno foi indicado percentual de 55% , mostrando uma recuperação em relação a semana passada em que o percentual era de 38%. Em relação à média histórica o percentual de 55% ainda é atrasado em relação ao normal das últimas cinco safras de 59%. Tempo molhado permance nas regiões produtoras, e sites americanos indicam, que apesar do elevação do ritmo de colheita existe uma preocupação em relação a qualidade do produto colhido.

Para condição das lavouras de primavera o percentual de 72% de boas a excelentes condições da semana passada foi reduzido para 70%.

No mercado interno o preço médio recebido pelo produtor paranaense foi de R$ 33,98 por saca, com 97% das lavouras já plantadas no Estado, segundo a SEAB.

Hoje até às 11:00 os futuros de setembro do trigo na CBOT operavam em queda de ↓1,67% no valor de ↓US$5,82 / bushel.

 

OUTRAS:

– Vendas de máquinas agrícolas caem 25% no primeiro semestre do ano: segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (ANFAVEA) a venda no mercado interno de máquinas agrícolas caiu 25% comparado ao primeiro semestre de 2014. Foram vendidas 24,7 mil unidades em relação às 32,9 mil do ano passado. A produção recuou 24,3%.
Acesse as análises diárias da commodities no link: http://commodities.sistemafaep.org.br/

André Amorim

Jornalista desde 2002 com passagem por blog, jornal impresso, revistas, e assessoria política e institucional. Desde 2013 acompanhando de perto o agronegócio paranaense, mais recentemente como host habitual do podcast Boletim no Rádio.

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