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Incentivo a importação de trigo desagrada paranaenses

A Ocepar e a Faep consideram inoportuna a medida tomada nessa semana pela Câmara de Comércio Exterior (Camex) que, por meio da Resolução nº 26, publicada na última quarta-feira (10/04), aumentou a quota de importação de trigo de países não membros do Mercosul com isenção da cobrança da Tarifa Externa Comum (TEC), de 1 milhão para 2 milhões de toneladas, até 31 de julho. Na avaliação das duas entidades, essa decisão deverá depreciar o preço do cereal no segundo semestre de 2013 e desestimular os produtores a investir no cultivo nas próximas safras.

Segundo o Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior – MIDC a alteração foi realizada devido à necessidade do produto por parte das indústrias diante do período de entressafra no Brasil e também por conta da redução da produção nos países do Mercosul, especialmente Argentina.

Só favorece a indústria

Mas, na avaliação das duas entidades, essas 2 milhões de toneladas de trigo deverão ser importadas de países de fora do Mercosul com TEC zero, especialmente do Hemisfério Norte, somando-se às importações dos países do Mercosul. E, mesmo com a política argentina de restringir as exportações de produto, a entrada do cereal estrangeiro poderá ser estocado pela indústria para consumo na época de comercialização da safra brasileira.

A Ocepar e a Faep lembram que essa situação já ocorreu em 2008, ano em que igual medida foi utilizada com efeitos danosos ao setor produtivo. A indústria com frequência tem articulado a redução da TEC, beneficiando-se do aumento das importações para formar estoque, o que resulta em pressão sobre os preços médios recebidos pelos produtores para o trigo nacional.

Aumento de área

Em 2008, os produtores, motivados por preços melhores, aumentaram a área, obtendo produção 43% superior a safra anterior. A produção maior, somada ao aumento de importações provenientes do Hemisfério Norte, causou na época queda nos preços recebidos pelos produtores e falta de liquidez na comercialização da safra.

Para as duas entidades, a política mais adequada seria de apoio à produção nacional, reduzindo, desta forma, a dependência de importações de outros países e, consequentemente, diminuindo a evasão de divisas da economia brasileira. Elas lembram que, na safra 2012, o Brasil foi destaque por cultivar uma das menores áreas dos últimos 30 anos, somente 1,9 milhão de hectares. Isso ocorreu pelos constantes desestímulos à produção nacional, dado pelo mercado e, principalmente, pela falta de uma política pública consistente de apoio a produção e comercialização do trigo.

A informação é da Ocepar, através do boletim Paraná Cooperativo (http://www.paranacooperativo.com.br/PPC/index.php?option=com_content&view=article&id=94238:trigo-para-ocepar-e-faep-decisao-da-camex-e-inoportuna&catid=15:informe&Itemid=870)

 
Jornal Indústria & Comércio 

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