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Iapar comemora 40 anos de fundação

O Instituto Agronômico do Paraná (Iapar) completa 40 anos no dia 29 de junho de 2012 e vai marcar a data com homenagens a parceiros históricos e o lançamento de variedades, publicações, selo e carimbo alusivo ao aniversário. O ponto alto da solenidade comemorativa, que contará com a presença de autoridades e lideranças do setor agropecuário, será o anúncio oficial da criação de um curso de pós-graduação em agricultura conservacionista.

Florindo Dalberto, diretor-presidente, lembra que a criação do Iapar, em 1972, resultou da mobilização e esforço de técnicos, produtores e lideranças políticas e empresariais ligadas à agricultura, como a Sociedade Rural do Paraná, Folha Rural, Associação dos Engenheiros Agrônomos do Paraná e nomes como Celso Garcia Cid, João Milanez, Horácio Coimbra, Francisco Sciarra, entre outros.

"O setor produtivo e a própria sociedade perceberam que o ciclo da monocultura cafeeira chegava ao fim e era urgente construir uma agricultura mais moderna e diversificada", explica o dirigente. O projeto foi viabilizado com recursos da Organização Internacional do Café (OIC) e do extinto Instituto Brasileiro do Café (IBC).

Pós-graduação

O Iapar aproveita o aniversário de 40 anos para anunciar o projeto de instalação de seu curso de pós-graduação, seguindo os passos de outros centros de pesquisa agrícola, como o Instituto Agronômico (IAC) de Campinas (SP). Segundo Augusto Guilherme de Araújo, diretor-adjunto de pesquisas da instituição, a grade curricular e linhas de pesquisas privilegiarão temas ligados à agricultura conservacionista em nível de mestrado e, posteriormente, em uma segunda etapa, também de doutorado. Os encaminhamentos legais e administrativos estão avançados e ele acredita que será possível abrir a primeira turma já no início de 2013. Ainda não há definição sobre o número de vagas que serão ofertadas.

Conforme Araújo, o ingresso da instituição na área acadêmica não é exatamente uma novidade, mas a formalização de um trabalho já amadurecido no dia a dia da instituição. "Há anos nossos pesquisadores acolhem estagiários de iniciação científica e pós-graduandos de mestrado e doutorado que desenvolvem seus trabalhos de dissertação nos campos experimentais e laboratórios da instituição", explica. Ele acrescenta que, nos últimos quatro anos, 41 estudantes de mestrado e de doutorado de universidades paranaenses e paulista receberam co-orientação de pesquisadores do Iapar.

Novas variedades e pioneirismo

O agricultor vai ganhar duas novas variedades neste aniversário. IPR 100, de café, e IPR Afrodite, de aveia branca, somam-se às mais de 150 cultivares desenvolvidas pelo Iapar ao longo de 40 anos de trabalho, todas com utilização de métodos convencionais de melhoramento genético vegetal.

Mas a instituição também investe em biotecnologia. Na área do café, por exemplo, o instituto trabalhou no sequenciamento do genoma da planta, em parceria com entidades nacionais e internacionais, e atualmente busca o desenvolvimento de cultivares com características de bebida que o mercado consumidor exige.

Vale lembrar ainda que o Iapar é pioneiro em variedades de maçã para regiões menos frias, como o Norte do Paraná, São Paulo, Minas Gerais e até Bahia, e ainda uma cultivar de feijão resistente ao mosaico dourado, uma das doenças que mais afetam a cultura.

O pioneirismo se estendeu ainda aos citros, por meio de estudos que viabilizaram a convivência com o cancro cítrico e possibilitaram a inserção do Paraná no mapa da produção nacional dessas frutas.

Na pecuária, o Iapar criou a primeira raça totalmente paranaense. O Purunã é um bovino composto formado a partir de quatro raças (Caracu, Charolês, Canchim e Aberdeen Angus) para a produção de carne com baixo custo em reduzido tempo de abate. Recentemente foi criada a Associação de Criadores de Purunã e já está em andamento o registro da raça no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA).

O Iapar foi um dos precursores nas pesquisas com plantio direto, inclusive lançou um livro recentemente com o apoio da FAO (entidade das Nações Unidas para agricultura e alimentação), e também nas pesquisas para uma agricultura menos agressiva ao meio ambiente através do manejo integrado de pragas (uma das bases para a agricultura orgânica).

Livros

Serão lançados três livros durante as comemorações: Qualidade do leite na região sudoeste do Paraná, Levantamento semidetalhado de solos do município de Bela Vista do Paraíso e Levantamento semidetalhado de solos e diagnóstico dos remanescentes florestais do município de Cambé. As obras são dirigidas a produtores, técnicos, estudantes e comunidade acadêmica em geral. Elas serão distribuídas a bibliotecas de instituições de ensino superior, colégios agrícolas e outras entidades de ensino e pesquisa.

Selo comemorativo

Durante um mês, a partir de 29 de junho, a correspondência que passar pela Agência Bandeirantes dos Correios – a mais movimentada do Paraná – receberá um carimbo lembrando o aniversário, informa o diretor administrativo do Iapar, Altair Dorigo.

Nesse período, toda a correspondência enviada pelo Iapar – a partir da sede ou das estações experimentais – levará um selo comemorativo. "Serão 12 mil selos, vemos nessa ação um meio de informar à população sobre os 40 anos da instituição", esclarece o diretor.

Estrutura, equipe e projetos

O Iapar tem sede em Londrina e está presente em todo o Paraná, com cinco unidades regionais de pesquisa (Curitiba, Ponta Grossa, Paranavaí, Pato Branco e Santa Tereza do Oeste), 19 estações experimentais, quatro unidades de beneficiamento de sementes, 25 laboratórios de diferentes áreas de especialidade e 23 estações agrometeorológicas (também utiliza dados de outras 37 estações do Sistema Meteorológico do Paraná – Simepar).

A instituição conta atualmente com algo em torno de 700 funcionários, sendo 111 pesquisadores – 53 mestres e 58 doutores. A instituição opera ainda com outros cerca de 700 colaboradores, entre trabalhadores temporários, voluntários, bolsistas e estagiários.

O Iapar desenvolve 14 programas de pesquisa: agroecologia, agroenergia, algodão, café, cereais de inverno, culturas diversas, feijão, fruticultura, manejo do solo e água, milho, produção animal, propagação vegetal, recursos florestais e sistemas de produção.

Nesses programas são realizados 252 grandes projetos de investigação científica, que implicam a condução de mais de 600 experimentos de campo espalhados por todo o Estado, trabalho realizado em estações experimentais próprias e também em parcerias com cooperativas, associações de produtores, universidades e outros centros de pesquisa.

FONTE

Instituto Agronômico do Paraná
Lucas Araújo – Jornalista
 

DETI

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