Sistema FAEP/SENAR-PR

Gesso agrícola produz bons resultados

Insumo elimina o alumínio tóxico do solo e possui nutrientes importantes para as plantas. Mas a logística o encarece

Ainda pouco difundido na agricultura paranaense, o gesso agrícola é um insumo importante para a correção do solo, que proporciona um maior crescimento das raízes, melhorando a  absorção de água e de nutrientes pelas plantas. Conhecido também como fosfogesso, ou sulfato de cálcio dihidratado, ele tem eficácia comprovada no aumento de produção das lavouras, principalmente  nas culturas de inverno, como trigo e cevada. De acordo com a doutora Maria do Carmo Lana, professora do departamento de Agronomia da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), a principal contribuição do gesso agrícola é a capacidade de complexar (neutralizar) o alumínio tóxico presente no solo. O gesso também atua mais profundamente no solo do que outros  insumos, como o calcário agrícola. Outro benefício é a presença de cálcio e enxofre na sua composição, elementos essenciais na formação dos vegetais. “Além do benefício da eliminação do alumínio  também funciona como adubo”, diz Lana.

Sem a barreira química do alumínio, que dificulta o crescimento das raízes, a planta consegue buscar água e nutrientes em camadas mais profundas, sendo um importante aliado principalmente nos momentos de veranico e estiagens, quando as camadas superficiais do solo ficam mais secas. Para utilizar o gesso corretamente é preciso fazer uma análise prévia de solo para verificar a existência de teores tóxicos de alumínio nas camadas mais profundas (entre 20 cm e 40 cm). Segundo orientações da Embrapa, o produto deve ser aplicado onde a saturação de alumínio for maior do que 20% e quando a saturação de cálcio for inferior a 60%. As aplicações também devem ser adequadas à textura do solo (veja tabela na próxima página). “Não se deve aplicar doses altas em solo muito arenoso”, explica a doutora.

Incremento na produção

O benefício da aplicação do gesso agrícola verifica-se tanto em experimentos científicos, como os realizados pela Unioeste e pela Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro), quanto nas lavouras comerciais, como a do produtor Cezar Czerniej, de Cafelância. Ele conta que começou a utilizar o produto no ano passado nas culturas de soja e milho, seguindo uma recomendação técnica. “A resposta foi bem positiva, teve um incremento de mais ou menos 50  sacas por alqueire”, diz. No ano que vem, o produtor espera utilizar o produto na cultura de trigo.

Segundo o doutor Marcelo Marques Müller, professor do departamento de agronomia da Unicentro, um experimento utilizando doses crescentes de gesso agrícola nas culturas de cevada, milho, trigo e aveia apontou a uma produtividade entre 5% e 12% maior. Ele destaca que a dose de máxima eficiência técnica (onde é encontrado o melhor resultado) não é sempre a mesma, varia de ano para ano em função das variações climáticas. Em 2012, houve um incremento de 25% na produção de trigo, segundo Müller, devido a um inverno muito seco. “Mas foi um ano atípico”, afirma. Outro experimento, conduzido na Unioeste, demonstrou um incremento de 23% na produção de trigo utilizando o gesso. Nesse caso não houve resposta para a soja. Segundo a professora Maria do Carmo, comparado com a soja, o trigo é muito mais vulnerável ao alumínio, daí os resultados diferentes.

A matéria completa você confere aqui

DETI

O Departamento de Tecnologia da Informação (Deti) do Sistema FAEP/SENAR-PR, formado por profissionais da área, é responsável pela gestão tecnológica do portal da entidade, desde o design, primando pela experiência do usuário, até suas funcionalidades para navegabilidade.

Comentar

Boletim no Rádio

Boletim no Rádio