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Ferrugem asiática:fique de olho

Até 15 de setembro o período é de vazio sanitário e nenhuma planta de soja deve existir em território paranaense, para não ser hospedeira do fungo causador da ferrugem asiática. Nas duas últimas safras de verão, as perdas foram menores devido às medidas corretivas e das condições climáticas desfavoráveis ao fungo. O engenheiro agrônomo e pesquisador da Embrapa Soja, Rafael Moreira Soares, destaca que a ferrugem é de longe o principal problema fitossanitário no País. E nenhum outro já causou tantas perdas. Em 11 safras, o prejuízo acumulado da ferrugem da soja no Brasil estaria entre US$19 e US$25 bilhões. "É uma estimativa do custo provocado pela ferrugem em que a gente soma as perdas em grãos e o custo para controlar a doença. Os gastos que o produtor tem na hora de aplicar fungicidas, por exemplo, gira em torno de US$ 2 bilhões", conta Soares. O caso da ferrugem é parecido ao da lagarta Helicoverpa armigera. Ou seja, o produtor tem que monitorar a lavoura e descobrir o problema cedo.

Assim, maiores são as chances de reduzir o prejuízo. "Esse monitoramento é realizado mediante a coleta de folhas principalmente de parte baixeira, onde a doença começa e o produtor pode mandar as folhas para análise em laboratórios. Ele deve ficar de olho nos danos que a doença provoca, como pequenas lesões que aparecem nas folhas e rapidamente se multiplicam tomando conta dela, amarelando-a e provocando sua queda antes da hora. Dessa forma, diminui a produção de grãos das plantas", explica Soares.

De forma geral, a pulverização preventiva deve ser feita na floração da soja, (fungicidas triazóis e estrobilurinas) mas é possível entrar com o fungicida ainda na fase vegetativa, se os sintomas forem detectados. Por outro lado, a adoção de cultivares precoces ajuda a driblar a ferrugem, mas não é uma solução, por que a concentração do cultivo em uma mesma época aumenta os riscos com chuva ou seca. O que já é realidade, em algumas regiões, são as variedades resistentes à doença. Segundo o pesquisador, a Embrapa lançou duas cultivares, a BRSGO 7560, em Goiás, e no ano passado, lançou na região de Minas Gerais e norte de São Paulo, a BRSMG 780 RR. "A doença ainda ocorre nessas cultivares, mas de forma menos agressiva porque elas apresentam maior resistência ao ataque do fungo", compara.

Antiferrugem
A Embrapa junto com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e outras instituições criaram o Consórcio Antiferrugem. Com o objetivo de combater a doença, o produtor pode acompanhar na página da internet (www.consorcioantiferrugem.net) as ocorrências da praga em tempo real, além de obter todas as informações necessárias para combatê-la.

Epidemia
O primeiro foco da Phakopsora pachyrhizi, nome científico da ferrugem asiática, ocorreu no Brasil durante a safra 2000/2001,quando também houve identificação da praga no Paraguai. Nesse período, o fungo não chegou a causar prejuízos porque entrou no final do ciclo da plantação. Mas, na safra seguinte se alastrou como uma epidemia para os estados do Rio Grande do Sul, Paraná, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Goiás, Santa Catarina, São Paulo, Minas Gerais, Bahia, Tocantins, Piauí, Maranhão e Rondônia. Nessa época, os produtores acabaram fazendo as aplicações de forma tardia, o que provocou um prejuízo de US$ 125,5 milhões e a perda de 569,2 mil toneladas de soja.

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