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Feijão tem a menor área plantada dos últimos 20 anos

A variação no cardápio dos brasileiros é uma dos principais reflexos do aumento de renda da população. Não é à toa que o consumo de feijão no país saiu da média anual de 19 kg por habitante, em meados da década de 1990, para os atuais 15 kg por habitantes ao ano. O número permanece estável, mas nem isso contém o aumento de preços da leguminosa.

De janeiro a setembro deste ano, o feijão já registrou uma variação superior a 40% no índice de Preços a Produto Amplo (IPA), calculado pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (IBRE/FGV). A boa notícia para o consumidor, segundo o economista da FGV, Salomão Quadros, é que não há mais tendências de grandes altas até o final deste ano. No entanto, o principal acompanhamento do feijão, o arroz, tende a sofrer altas até dezembro.

A safra 2011/2012 de feijão deve ter a menor área plantada dos últimos 20 anos, chegando a pouco mais de 3,2 milhões de hectares plantados, nas suas três safras, de acordo com previsão da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). O aumento dos preços da soja e do milho no mercado internacional é o principal responsável pela redução da área de cultivo do feijão. A projeção de produção também é de redução: o país deve produzir aproximadamente 2,9 milhões de toneladas no período, o menor índice dos últimos dez anos.

Maior produtor de feijão do país, o Paraná deve responder por 22,1% da produção da safra 2011/2012, colhendo aproximadamente 382 mil toneladas na 1ª safra (das águas). No mesmo ritmo do país, estima-se que o Estado sofra uma redução de cerca de 13% na área plantada nesta safra. "(O feijão) É uma cultura que sofre a migração para a soja e tem muito mais riscos do que uma cultura de soja e milho. Se o produtor vislumbrar um ganho melhor e mais estável na soja, ele migra", justifica o vice-presidente do Sindicato Rural de Castro (PR), Eduardo Gomes, agricultor do município que é o maior produtor de feijão do país.

Segundo Gomes, outro fator que desestimula o crescimento da produção é a freqüente oscilação de preços e o ciclo curto do feijão, deixando a cultura muito suscetível a efeitos climáticos. "Esse ano, foi excepcional em termos de preço para o produtor, mas são coisas que não se repetem. Normalmente, quando acontece isso, no ano seguinte é ano de preço ruim", afirma.

Para agregar valor ao produto, a cooperativa do município, que conta com 740 produtores, vai inaugurar, no dia 26 de outubro, a Unidade de Negocio Feijão Castolanda, uma beneficiadora que contou com um investimento de R$ 15 milhões e que pretende movimentar cerca de 15 mil toneladas já no primeiro ano.

Com a expectativa de beneficiar 10% do volume e vender o restante a granel para empacotadoras de outras marcas, os produtores esperam uma agregação de valor entre 20% a 35%. A intenção que é o feijão, que levará o nome Tropeiro, em homenagem aos tropeiros paranaenses, seja comercializado em todo o Brasil. "Hoje, a cooperativa planta 20 mil hectares, produz a própria semente, fornece insumo e só estava faltando a beneficiadora. Com isso, o objetivo é ter todo o controle da cadeia produtiva na mão, o que vai impactar nos custos de produção, transporte e logística", explica o gerente da unidade, Everson Lugarezi. 

Globo Rural

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