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Feijão: Preços maiores com oferta menor

Ao contrário do primeiro quadrimestre de 2011 os preços médios do feijão de cor no estado do Paraná ultrapassaram o custo de produção sendo a média dos cinco primeiros meses deste ano (R$ 150,55) quase duas vezes superior à média anual de 2011 (R$ 78,06). O preço médio recebido pelo produtor atingiu o preço de R$ 170,00 por saca no mês de maio segundo a Secretaria da Agricultura e do Abastecimento do Paraná- SEAB.

GRÁFICO 1 – Preços médios recebidos pelos produtores no Paraná

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Nos demais estados produtores os preços seguem igualmente elevados com média de R$ 218,00/sc na Bahia, R$ 191,00/sc em Goiás,  R$ 180,00/ sc em Minas Gerais e R$ 171,00/sc em São Paulo segundo dados da  consultoria Safras e Mercados.
Os preços do feijão preto também estão maiores registrando o valor de R$ 100,00/sc neste mês no Paraná, com uma média de R$ 88,35/ sc nos primeiros meses de 2012. Em relação ao custo de produção de              R$ 66,41/sc a margem de lucro é bem menor que a do feijão carioca mas é positiva, ao contrário do ocorreu em safras anteriores com margem negativa.
Os melhores preços em 2012 refletem a menor oferta do produto tanto na primeira safra, com comercialização praticamente terminada, como na segunda safra.
A primeira safra de feijão deve totalizar a produção de 1,29 milhões de toneladas segundo a Companhia Nacional de Abastecimento – Conab sendo 22,8% menor que a safra anterior. No Paraná, maior estado produtor, a redução na produção foi de 34,4% em função da redução de área e em função de perda de produção em decorrência da estiagem que acarretou a perda de 87,7 mil toneladas segundo a SEAB. Ocorreram perdas no Rio Grande do Sul e na região Nordeste igualmente em função da seca.
A comercialização da 1ª safra no estado do Paraná está praticamente concluída. A área colhida da 2ª safra já é de 41% em relação à área plantada com comercialização acelerada totalizando 30% da 2ª safra paranaense.
A segunda safra no Paraná deve totalizar uma produção de 336,9 mil toneladas, 21% maior que a safra passada motivada pelos altos preços do feijão neste ano. No total a 2ª safra brasileira deve reduzir 5,3% em grande parte por conta da situação de seca no Nordeste que é uma importante região produtora na segunda safra. Perdas de produção pontuais também poderão ocorrer no Paraná devido a  de estiagem no início do plantio e em função de geadas posteriormente.

Tabela 1 – Representatividade na produção na safra 10/11 comparada à redução na produção 11/12

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De acordo com a tabela 1 é possível entender o que elevou os preços aos patamares destes últimos meses: importantes regiões produtoras como a região Sul e Nordeste com significativas reduções de produção.
 
O plantio da 3ª safra já teve início tendo sido plantado 87% da produção estimada de 4,3 mil toneladas no Paraná segundo a SEAB. A terceira safra também trouxe estimativa de redução de produção nacional totalizando 549,4 mil toneladas, 20,4% menor segundo a Conab. No Sul a 3ª safra tem aumento previsto de 7% devido somente ao estado do Paraná, sendo que as demais regiões do Brasil a produção só apresenta queda em relação a safra anterior.
Com um consumo médio nacional de 3,7 milhões de toneladas, estimado pela Conab, a produção total de 3,1 milhões de toneladas será insuficiente abrindo espaço para as importações.
As importações de feijão preto em 2012 de janeiro a abril já somaram 78,2 mil toneladas contra 28,2 mil toneladas importadas em igual período de 2011. A principal origem em 2012 é a Argentina com 37,4 mil toneladas e em segundo lugar a China com 34,6 mil toneladas. As importações do Paraná responderam por 77% das importações nacionais, provenientes na grande maioria da China.

 

GRÁFICO 2 – IMPORTAÇÕES BRASILEIRAS DE FEIJÃO PRETO POR PAÍS DE ORIGEM

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Considerando um cenário de perdas de produção na região Nordeste a produção paranaense se torna ainda mais importante para o abastecimento nacional, com isto os preços do feijão carioca, que não podem ser substituídos pelas importações, podem proporcionar uma rentabilidade média positiva ao produtor.

Por: Tânia Moreira – Economista, Departamento Técnico e Econômico – FAEP

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