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FAEP questiona nova metodologia para o Zarc do milho safrinha

Em ofício, presidente da federação pede que os novos critérios para elaboração do zoneamento agrícola de risco climático sejam discutidos amplamente com a cadeia produtiva

O presidente da FAEP, Ágide Meneguette encaminhou nesta quinta-feira (20) ofício ao Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (Mapa) e à Embrapa, solicitando que seja revista a nova sistemática da Embrapa para o Zoneamento Agrícola de Risco Climático (Zarc), do milho segunda safra (safrinha) e que sejam discutidos amplamente com a cadeia produtiva os critérios utilizados na elaboração do novo zoneamento.

De acordo com o dirigente, a nova proposta da Embrapa, apresentada no último dia 18 de outubro, poderá implicar em uma mudança considerável no atual mapa de zoneamento no Paraná, que poderá trazer impactos negativos para toda cadeia produtiva – produtores, cooperativas, agroindústrias – que tem no milho um importante insumo.

Cabe lembrar que o Paraná é o principal produtor de frangos do país, segundo na produção de suínos e segundo na produção de leite, atividades que dependem da disponibilidade do milho para composição da alimentação animal. No caso de ocorrer problemas de fornecimento e aumento do preço do cereal, a viabilidade econômica dessas cadeias ficaria severamente ameaçada, como já está ocorrendo este ano em que a produção foi menor devido ao crescimento da área de soja e o excesso de chuvas causado pelo fenômeno El Niño.

Além disso, a nova proposta para Zarc servirá de critério para precificação dos juros do crédito nas instituições financeiras e do prêmio do seguro rural nas companhias seguradoras em municípios que já possuem o plantio de milho de segunda safra consolidado.

Também pesa contra a proposta da Embrapa o fato de não ter ocorrido uma discussão ampla, envolvendo toda cadeia produtiva na elaboração do novo zoneamento. Desta forma, a FAEP solicita que seja realizada nova reunião em Curitiba com os técnicos da pesquisa, assistência técnica pública e privada e entidades representativas dos produtores rurais, para analisar, detalhar e avaliar a nova proposta de zoneamento e estimar os impactos socioeconômicos para a cadeia produtiva de milho. Pede também que sejam reeditadas as portarias do zoneamento do milho de segunda safra 2015/16, para serem utilizadas na Safra 2016/17, e que seja realizada uma reunião em Brasília com a participação das entidades nacionais de representação de produtores, cooperativas, agentes financeiros e companhias seguradoras para que a Embrapa e o Mapa apresentem todas as mudanças previstas no Zarc e discuta com o setor privado os impactos nos financiamentos da produção e no seguro rural e Proagro.

André Amorim

Jornalista desde 2002 com passagem por blog, jornal impresso, revistas, e assessoria política e institucional. Desde 2013 acompanhando de perto o agronegócio paranaense, mais recentemente como host habitual do podcast Boletim no Rádio.

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