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FAEP pede ao governo federal que não conceda novamente a isenção da TEC do trigo

A isenção da TEC vai desestimular o setor produtivo e o abastecimento interno do cereal

O presidente do Sistema FAEP, Ágide Meneguette, encaminhou nesta sexta-feira, dia 11, ofício ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), Ministério do Planejamento, Ministério da Fazenda, Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) e à Casa Civil solicitando ao governo federal que não conceda novamente a Tarifa Externa Comum (TEC) do trigo. “A isenção da TEC vai desestimular o setor produtivo e o abastecimento interno do cereal”, justifica Ágide.                     

De acordo com notícias recentes, veiculadas nos meios de comunicação, novamente a Associação Brasileira da Indústria de Trigo (Abitrigo) está solicitando ao Mapa a isenção da TEC de 10% para importações de 2,5 milhões de toneladas de trigo, entre maio e agosto, provenientes de países não integrantes do Mercosul, especialmente dos EUA e Canadá. Nesses países, os produtores já possuem amplos benefícios de políticas de subvenção da renda.                                                                                                                               

Ágide observa que o Mercosul tem disponível para exportação na temporada 2013/14 a quantidade de 4,15 milhões de toneladas – 2,5 milhões de toneladas da Argentina, 1,2 milhão do Uruguai e 450 mil toneladas do Paraguai. Em 2014, até final de fevereiro, o Brasil importou cerca de 430 mil toneladas destes países. “Portanto, há pelo menos 3,5 milhões de toneladas disponíveis de trigo para exportação nestes países e a maioria será para o Brasil. O setor produtivo tem trabalhado para reduzir a dependência de trigo importado e acredita que esta medida zerando a TEC não é necessária. Há trigo disponível no Mercosul para abastecimento da indústria brasileira até a entrada da safra brasileira, que começa a ser colhida em setembro”, explica.                

Segundo ele, caso efetivamente a Câmara de Comércio Exterior (Camex) conceda a isenção da TEC, haverá um impacto negativo nas expectativas dos produtores que estão em pleno plantio da safra no Brasil. “A isenção vai provocar redução dos preços ao produtor, a falta de liquidez do trigo no mercado, refletindo em maior inflação na safra seguinte”.         

Produção de trigo

De acordo com as estimativas do Departamento da Agricultura dos Estados Unidos (USDA), a produção mundial de trigo na safra 2013/14 será de 712,7 milhões de toneladas para um consumo de 697,8 milhões de toneladas. O número representa um crescimento da produção de 56,3 milhões de toneladas e do consumo de 11,1 milhões de toneladas. “Dessa forma, os estoques mundiais serão repostos, podendo afetar os preços internacionais da commoditie”, comenta.

No cenário nacional as perspectivas são favoráveis até o momento e estimularam os produtores a ampliarem a área de cultivo em torno de 15%, com a possibilidade de uma safra de 7,0 milhões de toneladas. “A perspectiva de uma safra positiva beneficiará o abastecimento interno, proporcionando a redução nos índices inflacionários provenientes dos derivados do trigo que compõem a dieta alimentar dos brasileiros”, explica.

O presidente lembra que na safra passada, devido aos problemas climáticos e a falta de uma política efetiva de apoio à produção, as importações foram recordes totalizando 7,5 milhões de toneladas em 2013, com desembolso para o Brasil de US$ 2,5 bilhões em importação de trigo, principalmente dos EUA.

 

Ivo-(66)

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