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Entrevista: “A água que chega à população é segura”, diz gerente da Sanepar

Companhia realiza um rigoroso tratamento e acompanhamento da água, por meio de mais de 150 laboratórios, até chegar às torneiras das casas do Paraná

Há quase 60 anos, a Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar) é responsável pela água de qualidade distribuída a 345 cidades paranaenses e a Porto União, em Santa Catarina, além de 293 localidades de menor porte. Até chegar às torneiras da população, a água passa por um rigoroso processo de tratamento que garante isenção de todo e qualquer tipo de resíduo.

De acordo com a gerente de Avaliação de Conformidades da Sanepar, Cynthia Castro Correa Malaghini, a análise da água é realizada com frequências semanais, mensais, trimestrais, semestrais e anuais, em quatro laboratórios centrais (Curitiba, Cascavel, Maringá e Londrina) e outros 153 laboratórios descentralizados. Ou seja, o rigoroso processo desmente recentes notícias veiculadas de que a água consumida no Paraná estaria contaminada com agrotóxicos. “Na realidade, em todas as análises, todos os 27 agrotóxicos obtiveram valores abaixo do VMP [Valor Máximo Permitido]. As amostras de água da Sanepar não apresentam qualquer traço fora dos parâmetros estabelecidos pela legislação. Ou seja, os resultados das análises garantem a potabilidade da água distribuída pela Sanepar”, garante Cynthia.

Leia a entrevista completa com a gerente de Avaliação de Conformidades da Sanepar, que detalha os processos realizados pela instituição.

BI: Como é realizado o tratamento da água no Paraná?

CM: A Sanepar faz a captação de água dos rios e/ou de poços subterrâneos. Essa água é levada por tubulações até as estações de tratamento. Posteriormente, o tratamento é feito por métodos convencionais, que consistem na retirada de areia e outros materiais, na filtração de resíduos, adição de cloro e flúor [que colabora para os cuidados da higiene bucal], como determina a legislação. As etapas de tratamento envolvem a coagulação, floculação, decantação, filtração, desinfecção, fluoretação e correção de pH. Esse processo todo leva três horas. Desta forma, com todo esse cuidado, a água chega ideal e limpa para consumo, sem qualquer tipo de contaminante.

Quais as análises que a Sanepar realiza para aferir a qualidade da água?

A qualidade da água é a maior preocupação da Sanepar, afinal, essa água irá para as torneiras de todos os paranaenses. Por conta disso, a Sanepar verifica a qualidade da água com a realização de análises laboratoriais de todos os quase 100 parâmetros exigidos pelo Ministério da Saúde. Existe uma Portaria (5, atualizada em 2017) que diz que elementos devem ser analisados e qual a quantidade permitida de cada um para que a água seja potável e possa ser distribuída. E, nossos resultados comprovam que a água distribuída e consumida em cada domicílio do Paraná está dentro dos parâmetros exigidos.

Como são realizadas essas análises e com que frequência?

As análises exigem um grande esforço por parte dos nossos técnicos. A água é analisada em quatro laboratórios centrais (Curitiba, Cascavel, Maringá e Londrina) com frequências semanais, mensais, trimestrais, semestrais e anuais. Ainda, outros 153 laboratórios descentralizados realizam as análises com frequências semanais e mensais. Dentro deste ciclo, todas as Estações de Tratamento fazem análises com frequência horária, diária, semanal, mensal, trimestral e/ou semestral. Ou seja, são milhares de análises e dados gerados, literalmente, a cada minuto que comprovam a ótima qualidade da água no Paraná. Esses dados estão no nosso site e podem ser conferidos por município.

Quais são os contaminantes que são analisados?

Pelo fato de a água ser essencial a todo o ser humano, a sua potabilidade requer um rigoroso processo, respeitando os padrões de qualidade estabelecidos pelo Ministério da Saúde. Neste universo, os “contaminantes” analisados estão descritos na legislação de potabilidade, no Anexo XX da PRC 5/17 do Ministério da Saúde. Por exemplo, a Portaria relaciona 27 agrotóxicos, diversos elementos químicos, cor, turbidez e muitos outros. Após toda essa análise, a água da Sanepar é um produto seguro para consumo, sem oferecer qualquer risco à saúde da população.

Quem estabelece a metodologia dessas análises?

A metodologia de análise da Sanepar segue, rigorosamente, a legislação de potabilidade do Ministério da Saúde (Portaria 5), nos artigos 21 e 22. São normas nacionais e internacionais bastante rígidas, que garantem a qualidade da água.

Essa metodologia é internacionalmente reconhecida, validada e adequada para a realidade?

Todos os métodos utilizados nas análises atendem às normas nacionais e internacionais mais recentes. Podemos afirmar, inclusive, que a água da Sanepar é uma referência no Brasil e mesmo no exterior, por realizamos um tratamento intensivo e também o acompanhamento rigoroso das análises, que permitem afirmar que a água é própria para consumo.

Ou seja, a Sanepar segue rigorosamente os procedimentos exigidos pela legislação brasileira para determinação dos parâmetros da potabilidade da água para abastecimento público?

As amostras de água da Sanepar não apresentam qualquer traço fora dos parâmetros estabelecidos pela legislação. Ou seja, os resultados das análises garantem a potabilidade da água distribuída pela Sanepar.

Na última coleta, quais foram os resultados para os 27 agrotóxicos constantes da Portaria?

As análises da Sanepar comprovam que não foi detectada presença de agrotóxicos acima do Valor Máximo Permitido (VMP) pela Portaria de Consolidação 5, Anexo XX, do Ministério da Saúde. Os dados foram disponibilizados ao próprio Ministério. Todos resultados dos sistemas operados pela Sanepar da água na saída do tratamento foram menores que o Valor Máximo Permitido na Portaria de Consolidação 5.

A água que chega à população é segura para consumo e outras finalidades?

A água que chega à população fornecida pela Sanepar é potável e pode ser usada também para outros fins como domésticos, de higiene e rega de plantas. A Sanepar garante a qualidade da água que distribui à população do Paraná em 345 municípios e de Porto União (SC).

A população do Paraná corre algum risco por conta da água distribuída?

Não, muito pelo contrário. A água que chega à população é segura. Qualquer outra fonte de água alternativa, sejam minas, poços ou fontes abertas, também deve atender a todos os critérios do Padrão de Potabilidade, ou seja, a análise dos quase 100 parâmetros requeridos pelo Ministério da Saúde.

Nas últimas semanas, muito se falou sobre a notícia de que a água do Paraná estaria contaminada com agrotóxico, de acordo com relatórios do Sistema de Informação de Vigilância da Qualidade da Água para Consumo Humano (Sisagua) do Ministério da Saúde. Qual a contestação da Sanepar sobre o caso?

A Sanepar fornece todos os resultados de análises de seus sistemas de tratamento às Secretarias municipais, estadual e Ministério da Saúde, através do Sisagua. Neste sistema, é possível verificar que todas as análises realizadas pela Sanepar obtiveram resultados abaixo do Valor Máximo Permitido (VMP), ou seja, atenderam ao padrão de potabilidade. Ocorre que, nos laboratórios da Sanepar, trabalhamos com valores muito abaixo do VMP. Em alguns casos até 2 mil vezes mais baixo, que é o Limite de  quantificação (LQ), para garantir confiabilidade nos resultados e atender a requisitos internacionais de excelência em laboratório. A plataforma do Sisagua não permite que seja registrado “menor que” o limite de quantificação. Portanto, ficou lançado apenas o valor do próprio LQ, e isso levou à interpretação errônea de que haviam sido detectados 27 agrotóxicos em cada análise realizada. Na realidade, em todas as análises, todos os 27 agrotóxicos obtiveram valores abaixo do VMP da Portaria.

* Esses 27 agrotóxicos são padrão e sempre serão detectados nas análises da água. Porém, em quantidades insignificantes (em microgramas por litro), que não alteram
qualidade da água. Além destes, outros produtos podem ser detectados, mas em quantidade inferior aos limites estabelecidos, não prejudicam o consumidor, conforme a Portaria 5 do Ministério da Saúde.

 

Felippe Aníbal

Jornalista profissional desde 2005, atuando com maior ênfase em reportagem para as mais diversas mídias. Desde 2018, integra a equipe de comunicação do Sistema FAEP/SENAR-PR, onde contribui com a produção do Boletim Informativo, peças de rádio, vídeo e o produtos para redes sociais, entre outros.

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