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A crise do feijão

O preço médio recebido pela saca, segundo o depoimento de produtores rurais ao Boletim Informativo, está entre R$ 30,00, e R$ 45,00, abaixo e longe do preço mínimo de R$ 95,00, de acordo com Política de Garantia de Preços Mínimos (PGPM)

Na manhã do último dia 4 de agosto, o produtor Nilton Augustin, de São João, no sudoeste do Paraná, percorreu 24 quilômetros até Chopinzinho para entregar 320 sacas de feijão carioca a uma cerealista do município. Mas a conversa e o negócio ele jamais imaginou que seriam tão trágicos. Depois de fechar a venda das sacas, ele foi ao Sindicato Rural de São João e contou ao seu presidente, Arceny Bocalon: “Tive que vender a saca de feijão por R$ 10,00. O valor não paga nem a colheita”.

Embora os grãos tenham perdido um pouco de qualidade por causa do excesso de chuvas durante a segunda safra, Nilton receberia no mínimo R$ 60,00 pela saca caso o governo federal tivesse liberado os recursos das Aquisições do Governo Federal (AGF). Além dessa dificuldade, no Paraná, o preço médio recebido pela saca, segundo o depoimento de produtores rurais ao Boletim Informativo, está entre R$ 30,00, e R$ 45,00, abaixo e longe do preço mínimo de R$ 95,00, de acordo com Política de Garantia de Preços Mínimos (PGPM). O valor também está inferior aos custos de produção de R$ 104,77, segundo cálculos da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). No caso do feijão preto, os preços também estão abaixo dos custos de produção: a saca está cotada a R$ 94,00 (preço mínimo de R$ 105).

O cenário é dramático e reflete a realidade dos produtores de feijão no Paraná.   “O governo federal não liberou o AGF e não garantiu o preço mínimo. É um descaso e uma falta de respeito com o produtor rural”, critica Arceny Bocalon, presidente do Sindicato Rural de São João. Segundo ele, o ritmo de comercialização na região está praticamente paralisado e já tem produtor jogando o feijão fora. “O pessoal não tem onde armazenar e à medida que o grão escurece, perde a qualidade e fica mais difícil de vender”, conta.

Na região de Pato Branco, a situação não é diferente, os produtores estão vendendo a saca de feijão carioca entre R$ 30,00 e R$ 45,00. “A falta de uma política provoca um desequilíbrio e quem sai perdendo é o produtor. O governo não assume e não garante nada”, lamenta o presidente do Sindicato Rural de Pato Branco, Oraldi Francisco Caldatto. Sem recurso o produtor é obrigado a vender o feijão com o preço bem abaixo do custo de produção. Na cooperativa Coopertradição, Alberto Santin, gerente comercial, conta que está comprando a saca por R$ 45,00.

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