Sistema FAEP/SENAR-PR

Com auxílio do SENAR-PR, ex-bancária cria empresa rural

Após mudança para propriedade rural, Maisa Valoski passou a produzir hortaliças e a fabricar geleias

A história de Maisa Valoski com o campo começou de forma inesperada. Nascida e criada em São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC), Maisa trabalhava como bancária havia mais de uma década. Neste período, ela e o marido pensavam em se mudar para um lugar mais tranquilo. A opção seria uma propriedade rural na Colônia Murici, distrito de São José dos Pinhais. O local era uma herança do avô de seu marido, que havia sido criado na propriedade e trabalhado a vida toda com produção agrícola.

Nesse meio tempo, a então bancária estava com dificuldades para engravidar. Por isso, decidiu sair de onde trabalhava em São José dos Pinhais e passar um “período sabático” na propriedade. Em 2011, o casal se mudou para o distrito.

“Eu nem imaginava trabalhar no campo. Morando na propriedade, comecei a ver o dia a dia dos vizinhos, que trabalham com agricultura”, diz Maisa. “Percebi uma carência no mercado de uma produção mais orgânica. Então, comecei a produzir couve em pequena escala para ver como era”, conta.

Nesse experimento, Maisa identificou uma série de dificuldades, pois não possuía conhecimento técnico sobre qualquer tipo de produção agrícola. Decidida a seguir em frente, ela pediu ajuda aos vizinhos e conhecidos, até que chegou ao Sindicato Rural de São José dos Pinhais. “Eu entrei na fila de espera pelo curso que tinha interesse. Então, o mobilizador do sindicato disse que havia um outro curso disponível no dia seguinte, de fabricação de geleias. Aceitei e não parei mais”, diz a ex-bancária.

Além do curso do SENAR-PR em “Produção artesanal de alimentos – geleias, doces de corte e doces pastosos”, Maisa fez outros cursos da instituição na área de alimentação e nutrição, como produção de conservas, molhos e temperos, panificação e produção de derivados de leite. Também participou das capacitações de agricultura orgânica, gestão de custos, cultivo em ambiente protegido, cultivo hidropônico, implantação de boas práticas agrícolas na hortifruticultura, liderança rural, entre outros.

“Fui fazendo todos os cursos que poderiam ajudar na propriedade. Eu terminava um e começava outro”, observa Maisa.

Negócio próprio

Com dedicação e qualificação, a propriedade, batizada de Nossas Raízes, cresceu e se tornou uma empresa rural. Atualmente, possui uma estufa semi-hidropônica com três mil pés de morangos e uma estufa hidropônica com produção de rúcula, agrião, salsinha e cebolinha. Ainda, há uma extensa variedade de hortaliças, como alface, couve, espinafre, brócolis, batata salsa, cenoura, e outras cultivadas em épocas sazonais, como abobrinha, quiabo e alcachofra.

Além da produção agrícola, Maisa também fabrica geleias de morango, banana, uva, maracujá e abacaxi, todas com rótulo próprio, sendo as três primeiras frutas provenientes de cultivo na propriedade. Para a fabricação das geleias e saladas, foi montada uma pequena cozinha industrial.

“Tem pouco mais de um ano que ficou profissional mesmo. A propriedade já tem certificação orgânica e a cozinha está nesse processo. Contratamos funcionários e conseguimos fechar contratos maiores, como com a prefeitura”, compartilha.

Para a ex-bancária, esse é apenas o começo. O próximo passo é ampliar a cozinha e investir na panificação, oferecendo uma gama maior de produtos para atender a demanda dos clientes. Sobre a mudança de carreira para um negócio rural, Maisa diz, convicta, que “é um caminho sem volta”. “O que mais mudou para mim foi a qualidade de vida. É um trabalho cansativo, árduo muitas vezes, mas minha cabeça está sempre tranquila”, afirma. “Hoje, eu sou uma agricultora defensora assídua do SENAR-PR. Foi por meio dos cursos que aprendi e conquistei tudo o que tenho. O conhecimento técnico veio todo do SENAR-PR. Isso fez a diferença para que a propriedade se tornasse lucrativa e uma verdadeira fonte de renda”, finaliza.

Antonio Senkovski

Repórter e produtor de conteúdo multimídia. Desde 2016, atua como setorista do setor agropecuário (do Paraná, Brasil e mundial) em veículos de comunicação. Atualmente, faz parte a equipe de Comunicação Social do Sistema FAEP/SENAR-PR. Entre as principais funções desempenhadas estão a elaboração de reportagens para a revista Boletim Informativo; a apresentação de programas de rádio, podcasts, vídeos e lives; a criação de campanhas institucionais multimídia; e assessoria de imprensa.

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