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China x EUA pode ampliar janela da soja da América do Sul por pelo menos 2 anos

No acumulado do ano, as exportações brasileiras de soja já somam 51.550,6 milhões de toneladas. Ao contabilizar os números de toda a cadeia, as vendas externas chegam a 61,7 milhões

A guerra comercial entre China e Estados Unidos continua muito presente no radar do cenário macroeconômico mundial, influenciando no andamento dos negócios e na ordem do comércio global, inevitavelmente. O momento poderia, inclusive, criar uma ampla janela de oportunidades para a soja da América do Sul por mais dois anos.

A análise é do chefe do Union Agriculture Group Corp., um dos maiores grupos agrícolas do Uruguai, Jose Pedro Sanchez, em entrevista à agência de notícias Bloomberg.

“Não só o Uruguai, mas a América do Sul tem a grande oportunidade de fornecer ainda mais oleaginosas para a China na medida em que o produto americano se torna menos competitivo em função dos altos preços por conta da tarifação”, diz Sanchez. “A China vai acabar comprando quase toda a soja uruguaia”, completa.

O mesmo já começa a ser observado no Brasil, em níveis ainda mais amplos. Somente na última semana, os chineses compraram de 19 a 20 navios de soja, o que corresponde a pouco mais de 1 milhão de toneladas, e os negócios continuam a acontecer.

Os números das exportações nacionais continuam mostrando dados recordes, segundo informações que partem da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) e se estendem por todo o complexo da oleaginosa. No acumulado do ano, as exportações brasileiras de soja já somam 51.550,6 milhões de toneladas. Ao contabilizar os números de toda a cadeia, as vendas externas chegam a 61,7 milhões.

Preços x Competividade

E essa maior demanda pela soja sul-americana vem se intensificando por parte dos chineses mesmo com uma alta nos preços que vêm sendo registrada nas últimas semanas. Apesar de Chicago testar os menores patamares em 10 anos, os prêmios pagos pela soja brasileira são intensamente fortes e são o principal colchão para as referências no mercado nacional.

Ao se comparar os prêmios pagos pela soja do Brasil no porto de Paranaguá em 16 de julho de 2017 pode se observar uma alta de mais de 200% em relação aos preços de hoje. A posição de entrega agosto tinha, há um ano, 65 cents de dólar sobre o valor da CBOT, contra os US$ 2,30 desse momento – uma alta de 253,85% – , e o setembro, que marcava 75 cents, tem hoje impressionantes US$ 2,65 sobre Chicago – um ganho de 226,67%.

Para a safra nova, a diferença, embora mais tímida, também é importante. Há um ano, o março tinha 50 cents de prêmio, contra os 98 de julho de 2018, um aumento de 96%.

“A China dará suporte aos preços da América do Sul através do prêmio, porque sem os EUA terão que comprar tudo da América do Sul”, explica Steve Cachia, diretor da Cerealpar e consultor do Kordin Grain Terminal, de Malta. Por outro lado, ainda como explica o executivo, “por conta da taxa de 25% da China, a soja dos EUA acaba sendo mais barata para outros países”.

No Uruguai, a demanda maior pela soja local – ao lado de uma produção menor em função de uma seca severa pela qual passou o país – fez com que os preços da soja trabalhassem acima das referências de Chicago pela primeira vez em 10 anos.

E ainda segundo o executivo uruguaio, os produtores locais deverão vender a soja ainda restante da safra 2017/18 nos atuais patamares de preços, porém, para 2019 a orientação é de que não se venda nesse momento. “É melhor esperar um pouco para que as coisas se acalmem”, diz Sanchez.

Com informações da Bloomberg

Fonte: Notícias Agrícolas

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