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Boas Práticas Agropecuárias ajudam a combater o coronavírus

Medidas garantem segurança aos alimentos e aos trabalhadores envolvidos com a lavoura e a pecuária

As Boas Práticas Agropecuárias (BPAs) garantem a segurança dos alimentos, do ponto de vista físico, químico e biológico. Em outras palavras, que a comida chegue saudável à mesa do consumidor, sem nenhum elemento que possa fazer mal à saúde. Mais que isso, as BPAs também asseguram a saúde dos trabalhadores envolvidos na cadeia produtiva, por meio do uso de diversas ferramentas e procedimentos. E, muitos deles vão ao encontro com as recomendações para evitar a disseminação do coronavírus. O positivo é que grande parte dos produtores do Paraná adota as Boas Práticas Agropecuárias, trazendo segurança para dentro da porteira.

LIVE: clique aqui para conferir como foi a transmissão ao vivo com Vanessa Reinhart e Alexandre Lobo Blanco, no Facebook, sobre o assunto.

No aspecto da segurança biológica, as BPAs englobam cuidados para evitar doenças que possam ser transmitidas por alimentos, seja por fungos, bactérias e vírus. “É necessário adotar esses procedimentos para ter essa segurança, pois ajuda a não disseminar doenças entre os produtores e trabalhadores”, reflete Vanessa Reinhart, técnica do Departamento Técnico (Detec) do SENAR-PR.

É importante lembrar que o coronavírus não se multiplica nos alimentos, então a principal preocupação se dá no sentido de evitar a disseminação da doença entre as pessoas que trabalham e/ou circulam pelas propriedades rurais. “Pelas Boas Práticas Agropecuárias é obrigatório que se disponibilize uma pia com sabonete líquido, lixeira de pedal, toalha de papel e álcool gel a todos que trabalham no local, para a higienização constante das mãos. Além disso, as superfícies onde os alimentos são manipulados precisam ser higienizáveis”, lista Vanessa.

Outro ponto crucial nas Boas Práticas Agropecuárias se refere à segurança dos colaboradores da propriedade rural. “Os trabalhadores que tiverem qualquer sintoma de qualquer doença não podem manipular os alimentos. É preciso também seguir cuidados com os EPIs [Equipamentos de Proteção Individual], que sempre devem ser higienizados após o uso e armazenados em locais protegidos de contaminação”, completa a técnica do SENAR-PR.

Os cuidados seguem durante toda a produção, incluindo o momento de mandar o produto às centrais de distribuição e/ou redes varejistas, no caso das hortaliças, por exemplo. “Tem que fazer a limpeza, a desinfecção das caixas com cloro para cada uso. Isso ajuda a não disseminar qualquer problema entre os trabalhadores, além da higienização das superfícies evitar contaminar os próprios alimentos”, alerta Vanessa.

Pecuária

Muitas das Boas Práticas Agropecuárias (BPAs) aplicadas às hortaliças são parecidas com a produção de leite ou qualquer outra atividade. “O que muda são algumas exigências específicas, mas o princípio é o mesmo, de assegurar a oferta de alimentos seguros, oriundos de sistemas de produção sustentáveis, respeitando o meio ambiente e o bem-estar animal”, reflete Alexandre Lobo Blanco, também técnico do Departamento Técnico (Detec) do SENAR-PR.

Ainda segundo Blanco, os produtores precisam separar as áreas suja (externa) e limpa (interna) por meio de portão e sinalização contendo a política de entrada na área limpa. Os veículos devem ser estacionados em locais destinados para isso e passar por arcos de desinfecção, sempre que possível. “Outro cuidado importante é com relação ao transporte dos colaboradores, que deve preferencialmente ser feito por veículo da propriedade, com rotina de limpeza e desinfecção antes e depois”, orienta Blanco.

Para evitar contaminação por objetos, ferramentas, equipamentos ou insumos necessários para a operação dentro da porteira, o técnico do SENAR-PR recomenda que os mesmos sejam deixados no local e, se possível, passar por processo de desinfecção.

Dentro da porteira

Como faz parte da legislação que regulamenta o setor rural, grande parte dos produtores do Paraná adota as Boas Práticas Agropecuárias (BPAs). Além disso, agroindústrias, laticínios, supermercados e cooperativas cobram que os produtores estejam adequados às BPAs. “Quem vende para grandes redes e cooperativas e tem selos de certificação é cobrado e auditado por essas boas práticas. Ou seja, uma parcela grande cumpre totalmente”, avalia Vanessa.

Na pecuária, a situação é semelhante. Os produtores precisar cumprir uma série de etapas como diagnóstico, plano de trabalho, treinamento das pessoas envolvidas, avaliação dos processos e auditoria externa para ser reconhecido como alguém que tem boas práticas em sua propriedade. “As BPAs estarão implantadas na propriedade apenas depois que todos os funcionários estiverem treinados e capacitados, os animais identificados, o sistema de rastreabilidade implantado e os procedimentos para execução das operações sendo cumpridos, com registros nos documentos”, enumera Blanco.

Cursos

Atualmente, o SENAR-PR oferece dois cursos voltados para as BPAs: “Boas Práticas Agrícolas – Hortifruticultura” e “Boas Práticas Agropecuárias na Propriedade Leiteira”. Como tendência, os cursos de BPAs do SENAR-PR foram alçados a programa especial da instituição, com o objetivo de ampliar a capacitação para outras atividades do campo.

Para saber mais sobre os cursos voltados para BPAs, acesse o site www.sistemafaep.com.br ou pelo Aplicativo do Sistema FAEP/SENAR-PR na página app.sistemafaep.org.br e realizar o download.

Antonio Senkovski

Repórter e produtor de conteúdo multimídia. Desde 2016, atua como setorista do setor agropecuário (do Paraná, Brasil e mundial) em veículos de comunicação. Atualmente, faz parte a equipe de Comunicação Social do Sistema FAEP/SENAR-PR. Entre as principais funções desempenhadas estão a elaboração de reportagens para a revista Boletim Informativo; a apresentação de programas de rádio, podcasts, vídeos e lives; a criação de campanhas institucionais multimídia; e assessoria de imprensa.

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