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Boas perspectivas para o café, mas em 2015

Leia o artigo do engenheiro florestal José Hess, do Departamento Técnico-Econômico da FAEP

* por José Hess, engenheiro-florestal do DTE/FAEP

CAFE_G_A cafeicultura do Paraná nos últimos três anos tem sofrido inúmeros percalços frente ao custo de produção, preços  abaixo do custo, áreas de plantio sem renovação, poucos investimentos em tecnologia e manejo, e no último ano de 2013 e inicio de 2014, as consequências climáticas intercalando, chuvas, geadas e secas.

Diante destas influências, o produtor rural de café, com compromissos bancários e financiamentos assumidos, vende  seu café nas épocas mais impróprias e com preço abaixo do custo, comprometendo toda a sua safra.

As práticas de mercado são influenciadas pelas notícias favorecendo os investidores em detrimento aos produtores, que comercializam suas sacas de café de forma desordenada, sob pressão do mercado e comprometidos com prazos bancários.

Desta feita, a FAEP, na sua última reunião da Comissão Técnica de Cafeicultura convidou o analista de mercado Rafael Amaral, da Câmara do Comércio de Café do Norte do Paraná, para orientar os produtores do Paraná a entenderem o mercado de café e possibilitar a sua inserção no processo de venda na bolsa de comércio do café.

Conforme as expectativas de mercado futuro frente às perdas ocorridas pelas recentes condições climáticas, não só no Paraná, mas em especial no maior produtor de café arábica, que é Minas Gerais, prevê-se em 2015 um mercado mais equilibrado entre consumo e estoque, podendo segundo os últimos levantamentos da Secretaria de Agricultura e Abastecimento (SEAB) do Paraná, haver perdas de mais de 60% da safra 2014/2015 e de 40% da safra 2016.

Frente a este quadro, os preços poderão ser favoráveis aos produtores de café, salvo se a exportação diminuir, ocasionando aumento do estoque interno, pressionando o preço no mercado.

A bolsa de comércio de café opera seguindo a participação dos seguintes investidores: Exportadores com 20%, especuladores com 65%, indústrias com 10% e pequenos investidores com 5%. Os produtores e pequenos investidores pouco participam na bolsa de comércio, mas nada impede de aumentar esta participação. Fazer venda futura a preço fixo, venda com adiantamento, entrega imediata e fixação futura, fracionar a venda para fazer preço médio e não se precipitar com as notícias da mídia, são recomendações básicas para os produtores obterem lucro com a venda do café.

No caso de produtores interessados em vender seu café na bolsa, não existem condicionantes, apenas exige-se uma cota mínima de 30 sacas de 60 Kg, este volume pode ser vendido pelo próprio produtor, associação ou cooperativa de cafeicultores, sendo que a nota de venda sai em nome do produtor. O produtor pode comercializar seu café na bolsa pagando uma taxa de 1% de administração, sendo que os preços pagos ao produtor são estabelecidos pela data que o produtor irá entregar o café, dentro de um prazo de até três anos após assinatura do contrato de venda.

André Amorim

Jornalista desde 2002 com passagem por blog, jornal impresso, revistas, e assessoria política e institucional. Desde 2013 acompanhando de perto o agronegócio paranaense, mais recentemente como host habitual do podcast Boletim no Rádio.

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