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Análise: mercado com altas mais duradouras

Análise: mercado com altas mais duradouras

A alta dos grãos nos últimos meses deixou muita gente se perguntando se o mercado tem fôlego para superar os picos de 2008. Provavelmente não. Soja a mais de US$ 16 e milho a quase US$ 8 serão façanhas difíceis de se repetir. Por outro lado, também é muito improvável – para não dizer impossível – que os preços retornem novamente aos níveis históricos, com a oleaginosa a US$ 6 e o cereal US$ 2,5 o bushel.

A lógica da formação de preços mudou. Se no passado os ciclos de alta eram breves, causados por choques momentâneos de oferta, hoje são muitos mais duradouros. Depois de uma má colheita, os agricultores correm para aproveitar os preços mais altos elevando o plantio. Antigamente, o incremento trazia o mercado rapidamente de volta a seus níveis habituais. Naquele tempo, prever o futuro olhando para o passado era uma tarefa relativamente simples.

Hoje, a previsibilidade é muito menor. Para saber para onde o mercado vai, não basta observar onde ele esteve. Fundamentos de oferta e demanda, por si só, não são suficientes para mover os preços. A gama de variáveis a se considerar é mais ampla, vai muito além do campo. Envolve também indicadores econômicos e financeiros, por exemplo.

E, mesmo no campo fundamental, a complexidade hoje é muito maior do que há dez anos. Os mercados mundiais estão cada vez mais interligados e dependentes uns dos outros. Prova disso é a importância que a América do Sul, liderada pelo Brasil, vem assumindo no processo internacional de formação de preços. Com produção de grãos crescente, a metade sul do continente influencia não só a comercialização, mas também a tomada de decisão dos produtores do Hemisfério Norte.

Essa nova configuração do mercado de grãos dificulta o planejamento do negócio. Mas, por outro lado, ao imprimir maior volatilidade às cotações, aumenta a possibilidade de lucro para o produtor rural. Para cima ou para baixo, as oscilações são muito mais intensas. Nesse contexto, a informação surge como um novo e importante elo da cadeia do agronegócio. No jogo da volatilidade, ganha quem está atento e bem informado para aproveitar bem as melhores oportunidades de venda.

Fonte: Gazeta do Povo – Por Luana Gomes

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