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América do Sul tem missão de recompor estoque de soja

O Brasil está prestes a se tornar o maior produtor mundial de soja e a assumir a liderança na exportação do produto diante dos Estados Unidos. Na exportação, o posto foi alcançado uma única vez, em 2005/06, e perdido por pouco na última temporada. A previsão que parte do próprio Departamento de Agricultura dos EUA, o Usda, é que a colheita brasileira de soja 2012/13 passe de 80 milhões de toneladas e as exportações atinjam 37 milhões (t), com vantagens de 10% e 20% sobre as marcas norte-americanas. As mudanças no mercado vão além dessa comparação. O trio sul-americano da soja, composto por Brasil, Argentina e Paraguai, deve assumir de vez a liderança no mercado da commodity.

A safra dos três países em 2012/13, com plantio em a partir de setembro, deve ultrapassar pela primeira vez a marca de 135 milhões de toneladas, contra 110,5 colhidas no ano passado, apontou o Usda, em um de seus mais importantes relatórios de oferta e demanda do ano, divulgado sexta-feira. O incentivo a essa produção vem dos preços das commodities agrícolas, que, por sua vez, são sustentados na seca histórica vivida pelos norte-americanos.

Preços tentam racionar o consumo

Apesar dos cortes nas projeções do esmagamento industrial e das exportações de soja dos Estados Unidos, promovidos pelo Departamento de Agricultura do país, o Usda, o mercado prevê um novo reajuste nos números de consumo, que pode dar novo fôlego às cotações. "O mercado terá uma tarefa árdua de racionamento de demanda nos grãos, inclusive no trigo, nas próximas semanas e meses", analisa Pedro Dejneka, analista de mercado da Futures International, de Chicago (EUA).

Segundo ele, antes mesmo de setembro as cotações da oleaginosa tendem a testar a resistência de US$ 17,77 por bushel e o milho deve buscar os US$ 8,75 por bushel na Bolsa de Chicago. Ele alerta, contudo, que não há nenhuma garantia de que os preços continuarão elevados após setembro e outubro, quando o mercado começa a confirmar o tamanho da área plantada e da produção na América do Sul. Com isso, os produtores brasileiros aproveitam este ciclo de altas para comercializar parte da produção.

De acordo com levantamento da Informa Economics FNP, atualmente 40,8% da safra brasileira 2012/13 estão vendidos, o equivalente a 33 milhões de toneladas. No ano passado, o volume comprometido não alcançava 11 milhões de toneladas. No Paraná, os preços futuros chegam a R$ 62, pelo menos R$ 10 acima do teto de um ano atrás. (CR)

A quebra climática faz os Estados Unidos perderem participação no fornecimento de soja num momento de crescimento da demanda internacional. Das 94 milhões de toneladas a serem exportadas, 56,4 milhões de toneladas devem sair da América do Sul, o equivalente a 60% do abastecimento total. No ano passado, a marca foi de 52%.

Os estoques estão em patamares considerados muito baixos. Nos EUA, são suficientes para 15 dias de consumo. Em âmbito internacional, 76 dias. Daí a previsão de que serão necessárias três safras para um reequilíbrio do quadro.

A produção prevista para o Brasil é recorde e parte de previsões privadas internas. Para isso, cada estado brasileiro terá de ampliar a área plantada e a produtividade.

O Rio Grande do Sul, por exemplo, cogita substituir o arroz por soja em áreas tradicionalmente alagadas. "Eu fui para lá e não acreditei no que vi. O pessoal vai diminuir área plantada em uns 10% e vai plantar soja no banhado. E não é pouco, é coisa de 50 mil hectares", estima Eugênio Stefanelo, técnico da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) no Paraná.

Em Mato Grosso, maior sojicultor brasileiro, é o algodão que deve ceder espaço para a oleaginosa no campo. No Paraná, o feijão terá dificuldade para recuperar área no próximo ciclo.

Comercialização

Conforme aumenta a produção e os preços de grãos no Brasil, mais antecipadas ocorrem as vendas da safra. No Paraná, estado conservador nessa modalidade, os agricultores comprometeram cerca de 40% da colheita, que começa em janeiro do próximo ano. Normalmente, os paranaenses vendem menos de um terço durante a época de semeadura, que começa em setembro.
Fonte: Gazeta do Povo Online

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