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Agronegócio pede mais segurança e flexibilização do Estatuto do Desarmamento

Na pauta de reivindicações estão a expansão de programas de patrulha rural, a criação de delegacias especializadas e a abertura de um debate sobre a flexibilização do Estatuto do Desarmamento

O avanço da violência no campo desde a última eleição presidencial, em 2014, levou representantes do agronegócio nacional a elegerem o tema da segurança pública como um dos principais entraves para o desenvolvimento do setor e também um dos maiores desafios para os pré-candidatos que buscam apoio e voto dos produtores agrícolas. Na pauta de reivindicações estão a expansão de programas de patrulha rural, a criação de delegacias especializadas e a abertura de um debate sobre a flexibilização do Estatuto do Desarmamento.

Com a tecnologia empregada hoje no campo, a preocupação dos agricultores e pecuaristas deixou de ser o risco de ter suas propriedades invadidas por movimentos sem-terra para a possibilidade de ver seus investimentos em maquinário e insumos, por exemplo, serem perdidos em roubos praticados por quadrilhas especializadas.

Dados oficiais do governo de Mato Grosso, maior produtor de grãos do País, mostram uma alta de 60% nos registros de roubos e furtos no campo entre 2014 e 2017. No mesmo período, houve incremento de 20% dos índices em Goiás, de 7,5% no Rio Grande do Sul e de 4% em Minas Gerais – onde a média dos últimos dois anos é de 139 casos por dia. O setor representa 21,5% do PIB, sendo considerado a atividade econômica mais dinâmica hoje do País – ano passado obteve safra recorde, com 230 milhões de toneladas de grãos, uma alta de 13%.

Para pressionar os presidenciáveis a apresentarem propostas que solucionem ou, ao menos, amenizem o problema, a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) passou a produzir uma estatística própria. Criado em 2016, o Observatório da Criminalidade no Campo serviu de base para um estudo com propostas que será apresentado quarta-feira (9) ao ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, e ao presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), um dos pré-candidatos à Presidência. Os demais também receberão o material até as eleições.

“Nossa primeira intenção foi montar um banco de dados que nos ajudasse a identificar como e onde ocorrem os crimes, já que a maioria dos estados não têm essas informações, por incrível que pareça. A partir daí, vamos ter condições de avaliar que tipo de política pública funcionaria e como cobrar por elas”, afirmou o secretário executivo do Instituto CNA, André Sanches.

Os relatos colhidos com produtores rurais nos últimos 18 meses mostram, por exemplo, que 72% dos furtos e roubos são “encomendados”. “Os bandidos entram nas fazendas sabendo muito bem o que querem levar, o que mostra organização e planejamento. Não são crimes de ocasião, como chamamos. E isso ocorre porque existe um mercado paralelo de insumos agrícolas que custam caro”, disse Sanches.

Fonte: Gazeta do Povo.

Antonio Senkovski

Repórter e produtor de conteúdo multimídia. Desde 2016, atua como setorista do setor agropecuário (do Paraná, Brasil e mundial) em veículos de comunicação. Atualmente, faz parte a equipe de Comunicação Social do Sistema FAEP/SENAR-PR. Entre as principais funções desempenhadas estão a elaboração de reportagens para a revista Boletim Informativo; a apresentação de programas de rádio, podcasts, vídeos e lives; a criação de campanhas institucionais multimídia; e assessoria de imprensa.

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