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O pedágio tem solução?

Ouça a entrevista com o engenheiro civil Antonio José Correia Ribas, um dos principais especialistas no assunto em todo o Brasil

A matemática que envolve o cálculo da tarifa de pedágio é algo complexo e pouco amigável. Talvez por conta disso o debate sobre as concessões das rodovias no Paraná seja pautado pelas emoções políticas em vez da razão. Para tornar mais clara essa questão, o Boletim Informativo traz uma entrevista com o engenheiro civil Antonio José Correia Ribas, ex-diretor do Departamento de Estradas de Rodagem (DER), ex-presidente da Associação Brasileira dos DERs, ex-diretor presidente da Agência Reguladora do Paraná (Agepar) e um dos principais especialistas no assunto em todo Brasil.

O que o senhor considera um bom modelo de concessão de rodovias?

Regra geral, o bom modelo é aquele que traz beneficio ao usuário, que mantém as estradas bem conservadas e tem uma tarifa justa.

O modelo adotado no Paraná é bom?

O modelo do Paraná procura ser justo. Em síntese, a ideia é cobrar uma tarifa por quilômetro, independente da característica de tráfego do segmento. As estradas concedidas no Paraná não são homogêneas. Algumas têm mais tráfego, outras têm menos tráfego. Geralmente, as estradas de tráfego menor ficam em regiões mais pobres e exigem maiores investimentos. Se você separasse tudo e tivesse que fazer investimentos nesses segmentos pequenos, eles teriam uma tarifa muito alta. Nos trechos onde os investimentos seriam menores, você teria uma tarifa menor. Aqui, uma compensa a outra.

Os governos estadual e federal têm condições de realizar obras e promover a manutenção da nossa estrutura rodoviária?

Estamos vivendo um momento bem difícil, com crises financeiras nos Estados e na União. Os governos não têm condição sequer de fazer a manutenção das rodovias, quanto mais investimentos. O pedágio é esse remédio amargo que temos que tomar.

Como se calcula o valor da tarifa?

Simplificando bastante, você tem que pegar o tráfego de veículos, o crescimento desse tráfego ao longo dos anos de concessão e colocar um multiplicador, que é a tarifa. Mas tem outras questões: qual a quantidade de investimento que se pretende fazer, o cronograma desses investimentos, os serviços que serão agregados, a carga tributária. Tudo isso tem uma relação direta com o valor da tarifa. Quanto mais investimentos, maior a tarifa. Quanto mais tarde o investimento for feito, menor a tarifa. Quanto maior o tráfego, menor a tarifa. Quanto menor o tráfego, maior a tarifa. Essa é a lógica.

A tarifa é calculada levando tudo isso em conta e acrescentando a famosa Taxa Interna de Retorno, a TIR. Muita gente pensa que a TIR é o lucro da concessionária, mas não é. Essa é um taxa de desconto que se dá no fluxo de caixa para as entradas e saídas ao longo dos anos terem valor zero ao valor presente. Essa é uma definição complicada de matemática financeira, mas serve pra saber se aquele é um bom investimento para a empresa concessionária. O empresário tem várias opções de investimento e precisa decidir se vale a pena para ele atuar nesse negócio ou direcionar os recursos a outra aplicação – comprar um título federal, por exemplo.

A entrevista completa você confere aqui

Ouça alguns trechos da entrevista

 

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