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Volta das chuvas pode reduzir atraso no plantio de grãos no PR

Levantamento do Deral indica que a semeadura de soja no Estado está concluída em 47% da área prevista (o equivalente a 2,4 milhões de hectares), bem aquém dos 59% de um ano atrás

Produtores de grãos do Paraná estão depositando esperanças nas recentes previsões climáticas, que sinalizam a volta de chuvas mais significativas, para reduzir o atraso no plantio da atual safra 2014/15. “Estamos entrando em um ciclo favorável às precipitações, que começou no fim da semana passada e deve se projetar pelo menos até o dia 5 de novembro”, prevê Fernando Mendes, meteorologista do Sistema Meteorológico do Paraná (Simepar).

Conforme Mendes, o sul e o oeste do Estado tendem a receber os maiores volumes de chuvas. “Em algumas áreas, podem haver acumulados de 40 a 50 milímetros (mm) em um único dia”, afirma. Já mais para o norte, na região de Maringá e Londrina, as precipitações serão mais irregulares, e os volumes, menos expressivos.

Levantamento do Departamento de Economia Rural do Paraná (Deral) indica que a semeadura de soja no Estado está concluída em 47% da área prevista (o equivalente a 2,4 milhões de hectares), bem aquém dos 59% de um ano atrás. “Mas se chover bem, em poucos dias esse atraso poderá ser regularizado”, diz Marcelo Garrido, economista do Deral. No caso do milho de primeira safra, a lentidão é menos significativa: 90% da área estimada (ou 484 mil hectares) já foi semeada, ante os 91% do mesmo período de 2013.

A estiagem que afeta o Estado – problema que atinge também boa parte do Centro-Sul do país – acendeu a luz amarela entre os produtores. “O pessoal fica desanimado esperando que chova, mas o importante é que ainda não estamos fora da janela ideal de plantio, que vai até meados de novembro”, lembra José Aroldo Gallassini, presidente da Coamo, maior cooperativa agrícola da América Latina, com sede em Campo Mourão.

A Coamo estima que o plantio de soja esteja concluído em 70% da área da cooperativa. Há um ano, esse número estava mais próximo dos 80%. Por outro lado, a semeadura já foi praticamente encerrada no oeste do Paraná e em Mato Grosso do Sul, onde a Coamo também atua. “Devemos ter uma safra normal, desde que as chuvas se regularizem logo”, afirma Gallassini.

Na Cocamar, outra importante cooperativa paranaense, com sede em Maringá, apenas 35% da área total de 668 mil hectares está plantada. No mesmo período de 2013, eram 70%. De acordo com Emerson Nunes, coordenador técnico de culturas anuais da Cocamar, já há relatos de replantios. “As áreas plantadas no início de outubro se beneficiaram das chuvas no fim de setembro e estão em boas condições. Mas quem plantou em meados de outubro enfrenta situação mais crítica”, explica.

Ainda conforme Nunes, muitos cooperados têm se antecipado e colocado as máquinas no campo antes mesmo de as chuvas se concretizarem. “Não é o que recomendamos, mas o produtor está receoso de perder o período ideal de plantio”. Por ora, a expectativa é que a colheita na área da Cocamar totalize 2,07 milhões de toneladas, 38% acima das 1,5 milhão de toneladas do ciclo 2013/14, que também sofreu com uma estiagem.

As dificuldades com a soja neste momento também já representam perigo para a semeadura da safrinha de milho, no início do ano que vem. “Não descartarmos atraso no plantio, diminuição de área e de investimento em tecnologia”, conclui.

Fonte: Valor Econômico – 04/11/2014

 

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