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USDA prevê mais soja e menos milho na safra americana

Confira a análise da economista Tânia Moreira Alberti, do DTE da FAEP

Os agricultores americanos vão semear mais soja e mais algodão, menos trigo e menos milho na temporada 2017/18. Esses são os primeiros dados da nova temporada americana, revelados no evento Agricultural Outlook Forum promovido pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA).

Segundo o economista Robert Johansson do USDA, nos últimos quatro anos foram registradas elevadas produções mundiais, que ultrapassaram o consumo mundial para os grãos e oleaginosas. Embora o consumo mundial tenha crescido, os estoques mundiais também cresceram, notadamente para o trigo, e isso contribuiu para que os preços da commodities diminuíssem significativamente nos últimos anos.

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Como resultado a renda agrícola das fazendas americanas caiu quase 30% em termos reais desde 2013. Nesses últimos quatro anos a queda da renda é a maior em uma série histórica de quarenta anos. A relação entre dívida e ativos das fazendas, mostram como os produtores estão vulneráveis aos baixos preços.

Além do crescimento dos estoques, o fortalecimento do dólar tornou o país menos competitivo no mercado mundial, resultando em exportações menores que o esperado. Apesar disso, o USDA ainda prevê modestos aumentos de preço para a próxima temporada, mas que devem ficar bem abaixo dos máximos obtidos entre 2012-2014.

A projeção do preço da soja é de US$ 9,60 por bushel para 2017, 1,1% acima do preço em 2016, mas 35% abaixo do máximo de 2012. A projeção para o preço do milho é de US$ 3,50 por bushel. Como na maior parte de fevereiro as cotações dos futuros da soja, comparados ao do milho, resultaram em uma razão de 2,6, a relação mais favorável para a soja desde 2007, o USDA prevê um aumento de 5,5% na área de soja.

Assim a área de soja é projetada para 88,0 milhões de acres (35,61 milhões de hectares), a maior área desde 2012. A área de milho é projetada para 90,0 milhões de acres (36,42 milhões de hectares) com redução de 4,3% em relação ao ano passado, a menor área desde 2015.  Já a área de trigo tem projeção de cair 8,3%, para 46,0 milhões de acres (16,42 milhões de hectares).

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Essas são as primeiras estimativas do USDA, mas o clima, as mudanças nos preços e os custos dos insumos até o plantio é que determinarão a área final cultivada. O plantio da soja tem início a partir de abril, e o de milho, a partir de março.

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Tânia Moreira – Economista do DTE

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