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USDA NOVEMBRO-2015

USDA SURPREENDE COM DADOS ACIMA DO ESPERADO E CHICAGO CAI

Tânia Moreira| Economista do Departamento Téc. e Econômico – FAEP

O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) divulgou hoje seu relatório de oferta e demanda do mês de novembro.

A colheita dos Estados Unidos se aproxima do fim, e a atenção do mercado passa para América do Sul, com o plantio evoluindo no Brasil e Argentina. Atualmente, os preços em Chicago variaram no último mês entre US$ 8,70 a US$ 9,00 por bushel, com recorde de produção nos Estados Unidos.

Para o milho, o percentual colhido atual é de 93% nos Estados Unidos, caracterizando o terceiro ano seguido de redução da área de milho, em favor da produção de soja.

Abaixo são detalhadas as estimativas do USDA para o mês de novembro.

SOJA

 

tabela 1

 

Com a colheita quase no fim, o USDA elevou a produção de soja de 105,81 para 108,35 milhões de toneladas, tornando a produção americana maior que na safra 2014/15 e recorde de produção na série histórica americana. O aumento de produção superou a expectativa do mercado, que aguardava um ajuste em torno de 106,2 milhões de toneladas.

Para o aumento de produção, contribuiu o aumento da produtividade, acima do esperado, passando de 53 para 54 sacas por hectare. Com isso, os estoques finais americanos cresceram de 11,56 para 12,65 milhões de toneladas.

O lado positivo do relatório de novembro foi a redução do estoque final mundial. A expectativa média para o estoque final era em torno de 85,32 milhões de toneladas. A demanda chinesa cresceu e houve aumento nas exportações brasileiras de 56,45 para 57,0 milhões de toneladas.

Porém, o tom negativo foi predominante para o mercado, que intensificou as perdas em Chicago após os dados. O contrato de janeiro-2016 perdeu ↓1,77% cotado a ↓US$ 8,50 por bushel.
MILHO

tabela milho

 

No caso do milho, a produtividade americana foi elevada de 176 para 190 sacas por hectare, surpreendendo os investidores que apostavam em uma produtividade média de 189 sacas por hectare. A produção e os estoques finais também superaram as expectativas de mercado, sendo elevados acima do previsto.

O aumento do estoque final mundial foi a principal surpresa, passando para 211,91 milhões de toneladas, o que deu o tom pessimista em Chicago, com perdas acima de 2% após os dados de novembro.

O estoque final brasileiro reduziu, considerando menores estoques iniciais para 2015/16, ao mesmo tempo em que os estoques finais americanos cresceram, refletindo a piora no número das exportações dos Estados Unidos.

Antes da divulgação do relatório, os futuros do milho registravam perdas, que continuaram após a publicação dos dados. O futuro de janeiro-2016 perdeu ↓2,35% fechando em ↓US$ 3,58 por bushel.

TRIGO

 

tabela trigo

 

Para o trigo, o estoque final americano foi elevado de 23,43 para 24,79 milhões de toneladas, superando as expectativas médias de mercado que apontavam para algo em torno de 23,65 milhões de toneladas. As exportações americanas foram reduzidas, refletindo a dificuldade na competividade do produto americano no comércio internacional.

Antes da divulgação do relatório os futuros do trigo já registravam perdas significativas devido ao quadro de ampla oferta global. Após os dados do USDA, o futuro de janeiro-2016 perdia ↓2,79% cotado a ↓US$ 4,88 por bushel.

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