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Usados na pulverização, drones geram economia ao produtor

Equipamentos atuam apenas nas áreas afetadas pelas pragas, evitando a aplicação de defensivos em toda a lavoura. Empresários comemoram a regulamentação para uso da aeronaves

Aliados da agricultura de precisão, os drones estão cada vez mais presentes nas lavouras, e não apenas para registro de vídeos e fotografias aéreas. Recém-lançados como pulverizadores, esses equipamentos são capazes de operar em áreas de difícil acesso e onde nem mesmo a aviação agrícola consegue atuar.

Segundo a engenheira agrônoma Alessandra Barreto, gerente de serviços da Coopercitrus, os gastos com insumos são reduzidos em até 80% com o uso de drones na pulverização. “A gente otimiza os recursos e aplica o defensivo no momento certo, e no local correto. Você não vai aplicar o produto na área total, mas só onde precisa. Então, existe a questão de ser ambientalmente correto também, não é só redução de custos”, detalha.

Nesse sentido, empresários comemoram a regulamentação do uso de drones no país, aprovada pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) no último dia 2. Com uma legislação definida sobre o uso dos veículos aéreos não-tripulados (vants), a expectativa é de expansão do setor.

Fundador da Sky Drones, uma das primeiras empresas brasileiras, Ulf Bogdawa destaca que já existem drones capazes de transportar pessoas. “Ainda existe uma grande desinformação sobre o uso de drones. A gente só vê captação de imagens, mas existem outros trabalhos sendo feitos. Com a legislação, muitos projetos de grandes empresas, que estavam engavetados, vão sair”, diz o empresário.

Drones pulverizadores

Um dos serviços oferecidos é o mapeamento aéreo da lavoura para identificação de áreas atingidas por pragas e, em seguida, a pulverização de defensivos estrategicamente nesses pontos. Ambos os trabalhos são realizados por drones. Alessandra explica que, diferente de outros vants, esses equipamentos não são operados por controle remoto, mas guiados por sinal de GPS (localização por satélite), a partir de um plano de voo pré-estabelecido.

O sistema funciona da seguinte forma: o mapa da plantação é inserido no software do drone, que levanta voo sozinho, vai até o ponto da lavoura afetado – por georreferenciamento – pulveriza a quantidade de produto previamente determinada e retorna ao local de origem. “Às vezes, a gente tem uma fazenda grande e só uma parte dela tem algum tipo de praga, de doença. Usando o drone, a gente consegue pulverizar o produto só em cima daquela mancha. Hoje, o que o produtor faz? Ele contrata o avião e pulveriza o produto na área toda”, diz.

Alessandra destaca, no entanto, que os drones não substituem a aviação agrícola, porque não têm autonomia e nem capacidade para operar em grandes áreas de plantio. Enquanto um vant é capaz de transportar 10 litros de defensivo, um avião leva 1,9 mil. “O principal objetivo dele é realizar controle em áreas pequenas. Ele não substitui a aplicação aérea, é uma tecnologia que complementa a aviação. A gente faz o controle de ervas daninhas, pragas, doenças, mas em áreas pequenas”, afirma a agrônoma.

Regulamentação

Diretor executivo do Sindicato Nacional das Empresas de Aviação Agrícola (Sindag), o engenheiro agrônomo Gabriel Colle concorda que, em vez de se tornarem concorrentes, os drones ampliaram as oportunidades de negócios do setor nos últimos anos. Isso porque, esses equipamentos conseguem atender pequenas propriedades, como vinícolas e plantações de hortaliças, onde a pulverização com aviões não é economicamente viável, e ainda áreas de risco, próximas à rede elétrica e a florestas.

“A gente enxerga o drone como uma grande oportunidade para o empresário. Hoje, muitas vezes, ele deixa de atender alguns clientes porque não consegue entrar com o avião em alguns lugares. Se tiver com o drone, ele vai conseguir”, afirma.

Por outro lado, Colle destaca que os empresários devem respeitar a regulamentação aprovada pela Anac, que também deve ser aperfeiçoada, uma vez que a aplicação de defensivos agrícolas, por exemplo, exige a supervisão e atuação de um engenheiro agrônomo. “O drone nunca vai concorrer com o avião, é impossível roubar mercado, são tecnologias complementares. Mas, a gente está acompanhando, até porque sabe que vai interferir na nossa atividade”, finaliza.

Fonte: G1

Carlos Filho

Jornalista do Sistema FAEP/SENAR-PR. Desde 2010 trabalha na cobertura do setor agropecuário (do Paraná, Brasil e mundial). Atualmente integra a equipe de Comunicação do Sistema FAEP/SENAR-PR na produção da revista Boletim Informativo, programas de rádio, vídeos, atualização das redes sociais e demais demandas do setor.

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