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Trigo: nova frustração abre espaço para variedades resistentes ao clima

Safra atual com baixas produtividade e qualidade do grão coloca cultivares de ciclos mais curtos e com maior potencial na mira dos triticultores

O atual cenário adverso do trigo no Paraná não poderia ser previsto nem pelo produtor mais pessimista. Uma série de intempéries climáticas, passando por seca, geada e até vendavais, ocasionou um estrago significativo na produção estadual, tanto na produtividade como na qualidade do grão colhido. Os desdobramentos, claro, serão sentidos no bolso do triticultor, que não encontra liquidez para o cereal do pão, e da população, que provavelmente encare reajuste no preço de alguns produtos, como bolachas, massas e pães, em função do aumento na importação pelos moinhos, principalmente da vizinha Argentina.

Na reta final da colheita, restando cerca de 10% dos 962 mil hectares previstos para a cultura, dados do Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria Estadual de Agricultura (Seab) apontam para a colheita de 2,3 milhões de toneladas, redução de 34% em relação à temporada passada (3,4 milhões de toneladas). Apesar do recuo de 13% na área dedicada ao cereal na comparação com 2016, é a produtividade 24% menor, reflexo do “mau humor de São Pedro”, que jogou a safra paranaense para o pior desempenho desde 2013 (1,9 milhão de toneladas). Das lavouras que ainda restam, 20% estão em condições ruins, 45% com classificação média e 35% boa, segundo o último relatório do órgão paranaense.

Apesar do cenário nada convidativo, o Paraná segue na posição de maior produtor de trigo do país, já que o Rio Grande do Sul, principal concorrente, também enfrentou problemas climáticos. As lavouras gaúchas devem render 1,7 milhão de toneladas, pior marca em dez anos.

Leia mais sobre a safra paranaense de trigo aqui.

Carlos Filho

Jornalista do Sistema FAEP/SENAR-PR. Desde 2010 trabalha na cobertura do setor agropecuário (do Paraná, Brasil e mundial). Atualmente integra a equipe de Comunicação do Sistema FAEP na produção da revista Boletim Informativo, programas de rádio, vídeos, atualização das redes sociais e demais demandas do setor.

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