Sistema FAEP

TRIGO: Cadeia produtiva pede aumento de 16% no preço mínimo

Propostas aprovadas pela Câmara Setorial de Cereais de Inverno do Paraná serão encaminhadas ao Ministério da Agricultura

O aumento do preço mínimo pago ao produtor, o financiamento para construção de estruturas de armazenamento e a regionalização do plantio do trigo estão entre as principais propostas discutidas e aprovadas pela Câmara Setorial de Cereais de Inverno do Paraná e que serão encaminhadas ao Ministério da Agricultura e do Abastecimento nos próximos dias.

O diretor do Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento, Francisco Carlos Simioni, conta que foram apresentadas mais de 40 propostas para estimular o plantio do trigo no Paraná, manter o abastecimento do grão e gerar mais competitividade para a cultura, que vem perdendo área para o milho. “Entre as propostas está criação de um plano bianual para os cereais de inverno, por parte do governo federal, que ajudará o agricultor no planejamento da lavoura”, destaca Simioni.

Participaram da reunião da Câmara Setorial, realizada no dia 28, representantes de todos os segmentos da cadeia produtiva do trigo, do Sindtrigo, Apasem, Emater, Seab, Faep, Ocepar, Tecpar. “É preciso haver uma sintonia entre todos os elos da cadeia produtiva, para garantir uma boa produtividade e a manutenção dos produtores na atividade”, diz Ivo Carlos Arnts Filho, presidente da Câmara Setorial.

VARIEDADE CERTA – Para Ivo Carlos, é fundamental a regionalização do plantio do trigo para atender melhor às necessidades da indústria, devido às especificidades no uso do grão. “Diferente de outros cereais, para cada tipo de produto industrializado exige-se uma variedade específica”, explica ele.

O desejo do consumidor e o da indústria são duas questões que precisam ser consideradas na hora de o produtor escolher a variedade que vai plantar. “É preciso haver este diálogo entre o produtor e a indústria para garantir também a comercialização”, explica Ivo Carlos.

Segundo a Câmara Setorial, no Paraná cultiva-se um número muito grande de variedades, o que atrapalha na hora da armazenagem. “Temos ótimas cultivares, bastante produtivas, e o produtor precisa fazer a escolha de acordo com sua finalidade”, completa Ivo Carlos.

Um outro gargalo enfrentado no setor é a falta de armazéns nas regiões produtoras. Por isso, a câmara pede que a construção de novos espaços seja fomentada.

SAFRA ANUAL – A safra de 2016 está com mais de 3/4 da área colhida, devendo encerrar essa fase até dezembro. A produção paranaense deverá alcançar 3,27 milhões de toneladas e 30% já foram comercializados. O engenheiro agrônomo do Deral Carlos Hugo Godinho apresentou um panorama da cultura nos últimos anos, mostrando que embora a área de plantio tenha diminuído, a produtividade cresceu.

A colheita está revelando uma excelente produtividade no Paraná, em torno de 2.900 a 3.000 quilos por hectare, 23% acima da média do ano passado, que foi 2.500 quilos por hectare. “A única preocupação no momento é com as últimas chuvas, que podem prejudicar a qualidade dos grãos, pois a colheita vai até dezembro”, explica Godinho.

Fonte: AE Notícias

André Amorim

Jornalista desde 2002 com passagem por blog, jornal impresso, revistas, e assessoria política e institucional. Desde 2013 acompanhando de perto o agronegócio paranaense, mais recentemente como host habitual do podcast Boletim no Rádio.

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