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Surto de gripe aviária na China pode alavancar exportação de frango brasileiro

Apesar da expectativa de embarcar volumes maiores, a perspectiva é de preços sustentados, e não de supervalorização

Ao longo deste mês, as exportações de frango para a China devem começar a ganhar mais tração devido às crises sanitárias que ocorrem no país, segundo o analista da Radar Investimentos, Douglas Coelho. Entretanto, ainda não é possível afirmar que deva haver uma supervalorização nos preços do produto para exportação, já que o frango é um animal de fácil ajuste de produção em relação à demanda.

“Já há informações de que o preço do frango subiu na China por causa do problema com a Peste Suína Africana, coronavírus e, agora, a gripe aviária, e que o problema com a gripe aviária não se restringe apenas à Ásia. Mas não podemos afirmar que os preços vão explodir por causa da facilidade na oferta, entretanto os preços deverão ser sustentados”, explica.

Atualmente, o país asiático confronta um surto de coronavírus, que já matou mais de 300 pessoas, a Peste Suína Africana (PSA), que dizimou quase metade do plantel de suínos no local e continua fora de controle, causando um déficit grande de proteína animal para a população e, mais recentemente, a descoberta de um novo surto de gripe aviária.

Este último problema sanitário atingiu uma fazenda próxima a Whuan, o epicentro do surto de coronavírus. Na propriedade onde o problema com as aves foi registrado, das 7.850 galinhas da granja, 4,5 mil morreram. Autoridades da área da agricultura do governo chinês abateram mais 17.828 aves nas proximidades onde o surto de H5N1 foi registrado.

De acordo com Coelho, a notícia vem em um momento muito delicado para a China, e só reforça a necessidade de adquirir matéria prima de qualidade e evidencia o déficit de proteina animal que existe no país. “Isso carimba o Brasil como um país atrativo para se comprar o produto, porque há oferta, qualidade e custo mais atrativo”, afirma.

Além de começar a puxar os volumes exportados de frango, a crise sanitária enfrentada pela China mexeu com a economia global e, por consequência, com o câmbio, tornando atrativa a exportação de insumos para ração animal, como o milho e farelo de soja, o que não deve dar alívio ao suinocultor ou avicultor brasileiro.

“É dificil pensar como isso vai terminar, mas é bem comum os governos trabalharem juntos para tentar neutralizar a situação. O débito em proteína animal é latente, e deve fortalecer as exportações”, finaliza.


Fonte: Notícias Agrícolas

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