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Soja: Alta do dólar puxa levemente preços no porto e produto da safra nova vai a R$ 81,50

E os preços da soja nos portos brasileiros seguem acompanhando a movimentação da taxa cambial bem de perto e fielmente

A sessão de hoje (24) parece ser de estabilidade e equilíbrio para o mercado da soja na Bolsa de Chicago após um início de semana bastante agitado. Os principais contratos recuavam, por volta de 12h20 (horário de Brasília), entre 0,25 e 1 pontos, após, pouco mais cedo, terem trabalhado com pequenas altas. Assim, o vencimento maio/16, referência para a safra do Brasil, era negociado a US$ 8,72 por bushel.

Na contramão dos futuros da oleaginosa, a quarta-feira é de alta para o dólar frente ao real, principalmente em função do rebaixamento da nota de crédito do Brasil, mais uma vez, pela agência de classificação de risco Moody’s feito hoje. Assim, perto, de meio-dia, a divisa subia 0,8% para R$ 3,9945, após bater na máxima de R$ 4,0090 durante a sessão.

“O mercado esperava um corte (no rating), era questão de tempo”, disse o operador da corretora Renascença Thiago Castellan Castro à agência de notícias Reuters, ressaltando ter se surpreendido com o rebaixamento de dois degraus. “Vai demorar para recuperarmos o grau de investimento”, completou. A nota do Brasil passa de “Baa3” para “Ba2”.

E os preços da soja nos portos brasileiros, que seguem acompanhando a movimentação da taxa cambial bem de perto e fielmente, já refletem essa pequena reação da moeda americana. O produto disponível, no início da tarde, tinha referência em R$ 79,50 por saca, com pequena alta de 0,63%, enquanto a oleaginosa com entrega prevista para junho/16 vinha cotada a R$ 81,50, subindo 0,49%.

Bolsa de Chicago

O mercado internacional, nesta semana, já registrou uma sessão de boas altas e depois de intensa realização de lucros e, segundo explicam analistas, busca agora retomar seu equilíbrio. Afinal, as últimas movimentações têm sido técnicas e, sem novidades fortes, acabam perdendo rapidamente sua consistência.

Do financeiro mundial, nesta manhã de quarta há ainda boas notícias cheganda da China, onde as ações fecharam os negócios em alta encontrando suporte dos setores de indústria  e infraestrutura.

“O mercado chinês já se recuperou cerca de 10 por cento ao longo do último mês, impulsionado por uma alta dos mercados globais, sinais de estabilização do iuan e esperanças de que Pequim vai apresentar novos estímulos econômicos durante a reunião do Legislativo da China que começa no dia 5 de março”, informou a Reuters.

Por outro lado, mostrando que a aversão ao risco entre os investidores globais ainda é acentuada e atua como importante direcionador dos negócios, o petróleo atua com novas baixas nesta quarta. As quedas em Nova York que chegaram a superar os 3%, por volta de 12h30 (Brasília), eram de pouco mais de 1%, com o barril sendo negociado a US$ 31,36.

Complementando o quadro de incertezas há, pelo menos no horizonte de curto prazo, as expectativas para as informações que o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) traz nas próximas quinta e sexta-feira, 25 e 26 de fevereiro, no Agricutural Outlook Forum, para a safra 2016/17.

Uma pesquisa feita pela agência internacional Bloomberg aponta um aumento, apesar dos baixos preços em Chicago, um aumento nas áreas de plantio tanto de soja quanto de milho. No caso da oleaginosa, o incremento esperado é da ordem de 0,7% em relação à temporada 2015/16 de 33,47 milhões para 33,71 milhões de hectares.

Fonte: Notícias Agrícolas – 24/02/2016

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