No Sindicato Rural de Bituruna, as necessidades do produtor são colocadas em primeiro lugar. Por isso, uma das prioridades da entidade é fornecer serviços que facilitem o dia o dia dos associados, proporcionando mediações e encaminhamentos e reduzindo processos burocráticos. O sindicato conta com parcerias para atender os produtores em diversas áreas, como arquitetura e segurança do trabalho, além de convênios médico e odontológico.
Mas, para chegar a essa extensa lista de serviços oferecidos, foi preciso realizar um investimento na reestruturação do Sindicato e no planejamento financeiro. O presidente Israel Julio Dóro conta que, quando assumiu o cargo em 2009, o sindicato estava enfraquecido e com as contas negativas. “Na verdade, quase não funcionava. Quando eu assumi a gestão, foi um recomeço”, afirma Dóro, que até então atuava como vice-presidente.
Por meio de parcerias, foram implementadas melhorias e novos serviços, principalmente para a aquisição de diferentes formas de renda. “Nós começamos a buscar alternativas para nos remodelarmos e não ficarmos dependente da contribuição sindical. Eu e o presidente começamos a nos organizar, mas não é algo que acontece do dia para a noite, foi um trabalho de mais de 10 anos para conseguirmos essa estrutura que temos hoje”, aponta o gerente sindical da entidade, Ronnie Roque Venturin, que trabalha ao lado de Dóro desde a primeira gestão. Neste processo de reconstrução, segundo Venturin, o suporte técnico oferecido pelo Sistema FAEP/SENAR-PR foi fundamental. “A gente tem feito um trabalho bem focado nos cursos do SENAR-PR para tentar trazer os jovens para mais perto do sindicato, algo que é um desafio”, revela Venturin.
Além da parceria com a Federação, o presidente destaca o trabalho feito em conjunto com a diretoria, colaboradores e associados do sindicato. “A estruturação das mudanças foi um processo difícil, mas ao lado de pessoas que acreditavam no nosso trabalho, tudo ficou mais fácil. Fomos melhorando aos poucos e, lógico, procurando os associados. E, assim, nós fomos formando o sindicato, renovando e mostrando que temos capacidade para desenvolver um bom trabalho”, assinala.
Organização financeira
Hoje, a principal fonte de renda do Sindicato Rural de Bituruna vem da locação imobiliária. São dois imóveis, de 240 m² e 260 m², alugados para uma empresa do ramo madeireiro e para uma distribuidora de bebidas, respectivamente. Nos últimos dois anos, foram construídas quatro casas residenciais, com 70 m² cada, também destinadas para a locação. Os imóveis, que estão todos alugados atualmente, possuem garagem privativa, sala, cozinha, dois quartos, banheiro, lavanderia e área de festas.
O espaço físico da entidade conta com três salas para a locação para uso profissional. Ainda, foi realizada uma reforma na sala de reuniões com churrasqueira, som, data show e internet.
O trabalho realizado ao longo da última década foi fundamental para estruturar o controle financeiro, formar caixa e estabelecer as prioridades do sindicato e seus associados.
“Nós ouvimos os produtores e prestamos atenção no que eles procuram, e vamos nos adaptando conforme suas demandas e necessidades. O que nós não sabemos, procuramos o conhecimento, mas nunca deixamos sem atendimento. E mesmo o que nós não fazemos, procuramos indicar o certo para que o produtor não perca tempo”, assegura o presidente.
Em relação à organização financeira, o líder sindical afirma que, desde que começaram a reestruturação da entidade, não houve mais problemas. A pandemia trouxe algumas dificuldades, mas não chegou a abalar o planejamento. “Nós sempre procuramos nos precaver e trabalhar com garantia. É pé no chão e segurança”, complementa Dóro.
Prestação de serviços
As salas disponíveis para locação dentro do Sindicato Rural de Bituruna atualmente são ocupadas por escritórios de arquitetura, engenharia agronômica, segurança do trabalho e advocacia previdenciária. Estes profissionais também possuem parceria com o sindicato para atendimento dos produtores e descontos nos serviços oferecidos. “Nós procuramos agregar tudo que o produtor precisa na área rural. Se não temos, indicamos alguém para o serviço”, destaca o gerente sindical.
Outro destaque está nos convênios, que contam com aproximadamente 250 médicos nos municípios de Bituruna, Guarapuava, União da Vitória e Porto União (município de Santa Catarina que faz divisa com União da Vitória), além de dentistas, farmácias, laboratórios de análises clínicas e escritórios de advocacia criminal, previdenciária, trabalhista e tributária, com descontos que variam entre 20% e 50%. Há, ainda, uma parceria com a Prefeitura de Bituruna para mediações de exames e consultas realizados pelo sistema municipal de saúde.
O Sindicato Rural de Bituruna também atua com a prestação de serviços para elaboração e emissão de documentações, como Guia de Trânsito Animal (GTA), Cadastro Ambiental Rural (CAR), Declaração de Aptidão ao Pronaf (DAP), Certificado de Cadastro de Imóvel Rural (CCIR), Imposto Territorial Rural (ITR), Cadastro de Atualização do Rebanho, Declaração de Imposto de Renda, além de contratos, procurações, defesas ambientais (estadual e federal), entre outras demandas.
Um diferencial é a realização de encaminhamentos e consultas de benefícios do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), como aposentadoria, auxílio-doença e salário-maternidade. Estes serviços são destinados não apenas aos associados, mas também seus dependentes e funcionários. Ainda, o sindicato realiza consultas e encaminhamentos de IPVA, DPVAT e licenciamento anual de veículos.
Em paralelo, a entidade aposta na modernização de serviços, como o uso do Pix (novo meio de pagamento disponibilizado pelo Banco Central para fazer transferências de forma rápida e instantânea) para pagamento da anuidade, divulgação de informações pelas redes sociais e uso do WhatsApp para atendimento dos sócios.
Associados
A entidade, que chegou a atingir a marca de mil sócios há algumas décadas, passou pela crise que derrubou para menos de 70. Hoje são cerca de 200 associados, mas as expectativas são que esse número continue crescendo. Além dos sócios, a estimativa do gerente sindical é de que os beneficiados do sindicato chegam a 1,2 mil pessoas, se incluir os familiares e outros produtores que procuram os serviços e convênios oferecidos.
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