O trabalho de defesa sanitária realizado no Paraná está caminhando em direção a uma importante conquista para o Estado: o status de área livre de febre aftosa sem vacinação. O novo título traz mais responsabilidades, mas também carrega a consolidação de uma sanidade animal robusta, integrada e eficiente.
O Fórum Regional Paraná Livre de Febre Aftosa Sem Vacinação, iniciativa do governo do Estado em parceria com o Sistema FAEP/SENAR-PR e outras entidades do setor, fez parte deste processo de fomento da discussão com todos os elos da cadeia produtiva, além de ratificar o conjunto de ações e esforços que vem sendo realizados em prol da retirada da vacina. Ao longo dos seis encontros durante o mês de maio, milhares de pecuaristas, médicos veterinários, técnicos da área, lideranças rurais, autoridades e representes das indústrias e entidades do agronegócio paranaense ratificaram a decisão da retirada da vacinação contra a doença. Os eventos ocorreram em Paranavaí, Cornélio Procópio, Guarapuava, Pato Branco, Cascavel e o encerramento em Curitiba, no dia 29 de maio.
“Os fóruns tiveram uma participação acima da expectativa. Eu vejo que chegamos a um momento que é irreversível a conquista deste novo status sanitário. O Paraná, de acordo com a própria auditoria do Ministério da Agricultura, é o melhor Estado no serviço de defesa agropecuária”, destacou Ágide Meneguette, presidente do Sistema FAEP/SENAR-PR. “Nós avaliamos de muito bom tamanho esses fóruns. Todo mundo está percebendo a real importância desse passo significativo que estamos dando nessa questão sanitária no Paraná”, complementa Norberto Ortigara, secretário estadual de Agricultura e Abastecimento.
Para o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), os fóruns foram uma etapa importante no processo, pois permitiram conscientizar a população da necessidade da antecipação da vacinação de febre aftosa e de seus benefícios para o Paraná. “O Mapa vê com bons olhos esses eventos, tanto que participou ativamente. E acha que o Paraná está bastante avançado em relação aos outros Estados e tem tudo para conseguir a retirada da vacinação. Vamos atuar de forma objetiva, avaliando essas ações que estão sendo tomadas para que se possa auditar e aprovar, até setembro deste ano, a antecipação da retirada da vacina de febre aftosa”, aponta Cleverson Freitas, superintendente do Mapa no Paraná.
Missão cumprida
Para o pecuarista Rodolpho Botelho, e também presidente do Sindicato Rural de Guarapuava e da Comissão Técnica de Bovinocultura de Corte da FAEP, os fóruns foram uma maneira de produtores e técnicos do setor ficarem a par do processo de retirada da vacina e do novo status sanitário. “Todos puderam tirar dúvidas, conhecer os próximos passos e as consequências. Para que isso aconteça, todos da cadeia, principalmente o Estado, pecuaristas e entidades, têm que fazer seu dever de casa”, aponta.
As palestras promovidas dentro da programação dos fóruns permitiram que os pecuaristas esclarecessem o que significa para o Paraná ser área livre de aftosa sem vacinação, em termos produtivos e comerciais.
“Os eventos foram muito bem organizados, prestigiados, tirando dúvidas, e essa capilaridade das pessoas de todas as cidades da região permite que as informações sejam levadas para os companheiros, conversando nos lugares mais longínquos, que sempre tiveram esta vontade de avançar porque sabem que aftosa foi usada para desvalorizar a proteína animal”, afirma o deputado estadual Antônio Anibelli Neto.
A proposta de Anibelli é, no mês de agosto, realizar uma audiência sobre o tema na Assembleia Legislativa do Paraná (Alep). “Esse é um compromisso que assumimos com diversos segmentos que fazem parte da cadeia produtiva animal”, ressalta.
Abertura de mercados
Ao longo de todas as discussões, as vantagens da integração entre os setores público, privado e produtivo estiveram em pauta. Além disso, os fóruns conseguiram fortalecer a importância que a cadeia animal possui, não apenas para o setor rural, mas para a economia e desenvolvimento do Estado como um todo. O Paraná ocupa o topo do ranking da produção de proteína animal do país, apesar de representar apenas 2,3% da extensão territorial nacional, o que comprova a eficiência da agropecuária paranaense.
“Nosso foco é negócio, oportunidade, emprego no campo, gente produzindo para gente vender mais para o mundo, e essa vacina mostra uma cara doente para o mundo, embora não tenhamos a doença. Então superar isso é muito importante para a economia do Paraná, especialmente das famílias rurais do Paraná”, ressalta Ortigara.
Segundo o presidente da ComissãoTécnica de Bovinocultura de Corte da FAEP, o potencial produtivo paranaense das proteínas animais irá aumentar com o reconhecimento do Paraná como área livre de febre aftosa sem vacinação.
“Todos os processos de sanidade são fundamentais para a produção paranaense, e ser área livre de aftosa sem vacinação irá beneficiar as cadeias da pecuária de corte, suínos, aves. Com isso, será necessário aumentar a produção de grãos e, assim por diante, o que ajuda todo o setor produtivo”, explica Botelho, que também assegura que um setor produtivo forte impacta positivamente no desenvolvimento dos municípios.
Além de elevar os negócios no mercado internacional, o fim da vacinação contra a doença terá reflexos positivos dentro do Estado. “Ficar livre da campanha de vacinação traz resultados muito bons. Vai ser melhor para o rebanho no Estado, com o fechamento das fronteiras. Será muito importante para agregar e padronizar o nosso rebanho”, diz João Carlos da Silva Filho, criador de ovinos e secretário de Agricultura de Piraí do Sul, município na região dos Campos Gerais.
Confira por onde passou o Fórum
Durante o mês de maio, os encontros do Fórum Regional Paraná Livre de Febre Aftosa Sem Vacinação percorreram os municípios de Paranavaí (14), Cornélio Procópio (15), Guarapuava (21), Pato Branco (22), Cascavel (23) e Curitiba (29), com apoio do Sistema FAEP/SENAR-PR, Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento (Seab), Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar), Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Instituto Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater), Federação dos Trabalhadores Rurais Agricultores Familiares do Estado do Paraná (Fetaep), Sistema Ocepar, além de entidades locais que
colaboraram com recursos físicos, como prefeituras, Sociedades Rurais de Cornélio Procópio e Pato Branco, Fiep e Unicentro.
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